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Fundação Casa de Jorge Amado e Casa do Rio Vermelho se complementarão no relato da vida e obra do escritor baiano.

Para a reconstrução do clima e da estrutura da Casa do Rio Vermelho – Jorge Amado e Zélia Gattai, que funcionará na residência em que viveu o casal de escritores, na Rua Alagoinhas, número 33, um dos elementos fundamentais foi a pesquisa em toda a obra e acervo pessoal reunidos na Fundação Casa de Jorge Amado, no Pelourinho. A diretora da instituição, escritora e amiga do casal Myriam Fraga, relembra um pouco o contexto que envolveu a famosa construção, que se tornou entre as décadas de 1960 e 1990 não apenas uma residência familiar, mas também um ponto de encontro entre diversas personalidades locais, nacionais e internacionais.

“A vinda dele para Salvador naquela ocasião foi uma coisa muito importante, pois a cidade vivia uma efervescência cultural e a Universidade Federal da Bahia tinha um certo protagonismo nisso tudo, com a criação da Escola de Teatro, da Escola de Dança e do Instituto de Música. Então eles (o casal Jorge e Zélia) vieram nessa fase em que tinha muita gente, muitos artistas e muitos deles atraídos pelas obras de Jorge Amado, a exemplo do (pintor argentino) Carybé, por causa do livro "Jubiabá", e do (antropólogo e fotógrafo francês Pierre) Verger, que vieram conhecer a cidade que ele contava nos livros”, relata.

Myriam conta também como surgiu a amizade entre ela e o escritor e o clima na Casa do Rio Vermelho. “Como a cidade era muito menor do que é hoje, um mesmo grupo acabava se encontrando em eventos culturais ou mesmo nas próprias residências, onde os artistas possuíam o próprio ateliê. Jorge se aproximou naturalmente e fomos nos entrosando, principalmente com os amigos em comum como Calazans Neto (artista plástico), que foi ilustrador dos livros de Jorge. Então foi uma coisa muito natural, gostosa e prazerosa essa amizade. E a casa do Rio Vermelho era uma casa aberta aos amigos. Éramos muito bem recebidos, Zélia (Gattai) era uma pessoa encantadora e fazia muita questão e de acolher as pessoas muito bem”.

A partir dessa proximidade e com o contato com a obra do escritor através do trabalho na Fundação Cultural da Bahia, veio a ideia que resultou na criação da Fundação Casa de Jorge Amado, no Pelourinho, em 1986. Com a inauguração da Casa do Rio Vermelho, Myriam acredita que os dois espaços vão se complementar e acredita na permanência da parceria entre as instituições, que possuem um objetivo comum.

“A Fundação Casa de Jorge Amado é mais voltada para a pesquisa e o estudo da obra, dos livros, dos romances, dos documentos, enfim, do acervo presente aqui. Já a Casa do Rio Vermelho vai ser um local mais voltado para a vida deles, pois foi onde eles viveram, onde estão enterradas as cinzas dos dois, e foi criado todo um ambiente que recordasse isso e que chamasse o público para curtir as visitas, os amigos, as festas que tinham lá. A nossa expectativa é que as instituições façam coisas sempre bem diferenciadas, mas que sempre dialoguem, porque a vida e a obra de Jorge Amado são indissolúveis”, conclui.

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