Uma série de eventos acontece na cidade até sábado (25), marcando a Semana de Mobilização da Doença Falciforme, promovida em parceria entre a Associação Baiana das Pessoas com Doença Falciforme (Abadfal) e a Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
Uma série de eventos acontece na cidade até sábado (25), marcando a Semana de Mobilização da Doença Falciforme, promovida em parceria entre a Associação Baiana das Pessoas com Doença Falciforme (Abadfal), Secretaria Municipal da Saúde (SMS), através do Programa de Atenção às Pessoas com Doença Falciforme (PAPDF).A mobilização visa discutir a doença e chamar a atenção da população, profissionais de saúde e pessoas em tratamento da doença sobre a importância do exame e melhoria da qualidade de vida.
A coordenadora do PAPDF, Maria Cândida Queiroz, afirma que nesse ano, novos parceiros foram agregados, como o Instituto de Saúde Coletiva da UFBA. Além disso, o trabalho, anteriormente restrito a 13 unidades em cada Distrito Sanitário de Saúde, vem sendo descentralizado, com implantação de ambulatórios especializados, preparando as unidades básicas de saúde para atender pessoas com anemia falciforme. “Estamos intensificando o diagnóstico, priorizando crianças que não fizeram o teste do pezinho, gestantes sem acompanhamento pré-natal, pessoas com histórico na família ou suspeita de diagnóstico”, completou Queiroz.
Segundo Altair Lira, da Abadfal, a semana de mobilização é um momento de aproximação entre as pessoas com doença falciforme e profissionais. “Nosso objetivo é aproximar, mostrar aos profissionais qual é o papel da associação, fortalecendo o diálogo entre família, comunidade e unidades de saúde”, observou. Lira salientou ainda que o trabalho que eles fazem é de levar informação, ampliando o conhecimento da sociedade sobre o que é a doença falciforme através da curiosidade.
Durante toda a semana, diversos eventos estão programados. Na terça-feira (21), das 9h às 11h30, haverá exibição de filme no PAC do Canela, seguido de atividade educativa na Uneb das 14h às 17h e da palestra “Abordagem Psicossocial da DF” na Sede do Conselho Regional de Psicologia, das 18h30 às 20h30. Na quarta-feira (22), será realizada uma panfletagem educativa na Estação da Lapa das 7h às 8h, seguida de uma feira de saúde na Praça Municipal, das 8h às 12h. Na quinta-feira (23), as pessoas com Doença Falciforme na Bahia realizam um encontro no auditório do Centro de Saúde da Carlos Gomes, das 8h às 17h, seguido de um debate no auditório da Faculdade de Educação da UFBA, às 19h.
Na sexta-feira (24), o Terreiro da Casa Branca, na Vasco da Gama, recebe uma roda de conversa sobre a doença na Visão e no Cuidado das Religiões de Matrizes Africanas e no sábado (25), o evento será encerrado com a caminhada “O Amor Está no Sangue”, às 8h, no Porto da Barra. Alem da programação oficial, unidades de saúde também receberão atividades educativas e informativas sobre a doença, além de realizar o exame para diagnóstico da anemia falciforme.
O que é anemia falciforme - Anemia falciforme é uma doença hereditária caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma foice, daí o nome falciforme. Essas células têm sua membrana alterada e rompem-se mais facilmente, causando anemia. A hemoglobina, que transporta o oxigênio e dá a cor aos glóbulos vermelhos, é essencial para a saúde de todos os órgãos do corpo. Essa condição é mais comum em indivíduos da raça negra. No Brasil, representam cerca de 8% dos negros, mas devido à intensa miscigenação historicamente ocorrida no país, pode ser observada também em pessoas de raça branca ou parda. Na Bahia, um em cada 650 nascidos vivos é diagnosticado com a doença falciforme.
Dados do Ministério da Saúde indicam que no Brasil nascem cerca de 3,5 mil crianças por ano com a doença, um bebe a cada mil nascimentos, tendo Salvador com o maior número de portadores com a doença. A anemia Falciforme oferece grandes danos à saúde e até mesmo levar a morte. O diagnóstico precoce aliado ao acompanhamento regular com equipe de Saúde, além do suporte social, pode evitar os agravos e complicações com a doença. A doença falciforme pode ser identificada através do teste do pezinho, com chance de controle desde a identificação da doença.
Em Salvador, a população conta com atendimento na Unidade Básica de Referência em 39 postos distribuídos nos distritos sanitários de Salvador, além de dois ambulatórios especializados, um na Avenida Carlos Gomes e outro no Vale das Pedrinhas. Nas unidades de saúde com posto de coleta, será disponibilizada a eletroforese de hemoglobina, exame realizado para o diagnóstico da doença.