O diagnóstico que expõe os resultados dos estudos preliminares à elaboração do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável de Salvador (PlanMob Salvador) foi apresentado nesta quinta-feira (14), em evento realizado no Hotel São Salvador, no bairro do Stiep, pela Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) e pelo Consórcio Oficina TTC. O seminário contou com representantes de órgãos municipais, empresas de ônibus, gestores do sistema metroviário, grupos de incentivo ao ciclismo, conselhos de arquitetura, engenharia e urbanismo, além de integrantes da sociedade civil.
"No primeiro workshop, realizado em junho, tratamos do diagnóstico da mobilidade urbana da cidade do Salvador. Agora, são apontados os caminhos para a melhoria do sistema nos anos futuros, e, para isso, convocamos todos os setores envolvidos, assim como membros da sociedade civil, para que juntos possamos trabalhar as principais diretrizes", informa o titular da Semob, Fábio Mota.
A discussão girou em torno do sistema de transporte coletivo e do sistema viário da cidade, além das diretrizes que envolvem ações relativas ao pedestre e à microacessibilidade - que é a facilidade de aproximação a um destino desejado. "A partir da pesquisa que traçou a síntese da mobilidade em Salvador, apresentamos diagnóstico, prognóstico e já começaremos a desenvolver diretrizes do setor, apontando metas para 2025, quando se dará a revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU). Também apontamos metas para 2032, que é o ano previsto para que a capital baiana atinja um pico demográfico; e 2049, pelo marco histórico da fundação da cidade, além de ser uma meta do Plano Salvador 500, que pretende executar uma série de ações inovadoras para o desenvolvimento da cidade ao completar 500 anos", completa o diretor de Planejamento de Mobilidade da Semob, Eduardo Leite.
O trabalho é orientado a partir de uma pesquisa "Origem-Destino", uma espécie de censo focado no transporte urbano, realizada desde 2012, nas diretrizes do PDDU, da Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo (Louos), e da Lei de Mobilidade. Com base nisso, foram promovidas reuniões de escutas setoriais, uma audiência pública sobre o diagnóstico, e o primeiro Workshop de Mobilidade, em junho. Esta nova apresentação traz à luz as diretrizes que devem ser consolidadas pelos diversos setores e atores da mobilidade do município.
Diretrizes - O primeiro eixo em discussão expõe a necessidade de priorizar o transporte não motorizado e o transporte coletivo, a partir da consulta sobre o que a sociedade deseja para sua mobilidade. Na discussão do tema, são considerados fatores como o relevo acidentado da cidade, melhoria da rede cicloviária de Salvador, de forma a atender às demandas do setor, melhoria das calçadas e implantação de novos ascensores, de forma a atender à necessidade das pessoas que moram nas regiões mais elevadas da cidade.
"São diretrizes gerais que vão impactar diretamente na mobilidade da cidade. Precisamos favorecer o transporte de alta e média capacidade, como metrô e BRT (Bus Rapid Transit). A Semob trabalha com os projetos que já estão consolidados e assegurados financeiramente, a exemplo das duas linhas do sistema metroviário, BRT Lapa-Lip (Ligação Iguatemi-Paralela), rede de BRT nas transversais das avenidas Gal Costa e 29 de Março, o VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos) do Subúrbio, além de outras propostas de impacto para melhorar a conectividade viária, para pedestres e ciclistas", finaliza Eduardo Leite.
Além do workshop, a Semob realizará mais duas audiências públicas até o final deste ano. A primeira, provavelmente no início de novembro, para apresentação dos resultados, e a outra, no final do mesmo mês, para divulgação final do Planmob. Salvador conta atualmente com 700 linhas ou rotas de viagem, considerando os modais metroviário, aquaviário, viário, cicloviário, de pedestres e do transporte coletivo.