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Uma missa realizada na manhã desta segunda-feira (4), na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos (Centro Histórico), lembrou os 90 anos de nascimento do senador Antonio Carlos Magalhães. Celebrada pelos padres Lázaro Muniz, Luís Simões e Abel Pinheiro, a cerimônia contou com as presenças de amigos, admiradores, deputados, vereadores, lideranças políticas e familiares, como o prefeito ACM Neto, o filho do senador, o empresário ACM Junior, a diretora-presidente da ONG Parque Social, Rosário Magalhães, além de netos e bisnetos.

Os Filhos de Gandhy iniciaram as comemorações, fazendo um cortejo da Casa de Jorge Amado à porta da igreja. No trajeto de cerca de 300 metros, entoaram a música “Patuscada de Gandhy”, composta por Gilberto Gil. Em seguida, dois clarinistas e dois percussionistas do afoxé atravessaram o corredor do templo, tocando seus instrumentos. Construída no século XVIII e tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Artístico e Nacional) em 1938, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos era a preferida do senador ACM para as suas comemorações.

Em discurso emocionado, o prefeito ACM Neto ressaltou que, apesar dos dez anos de sua morte, ACM está muito vivo nos corações de todos. "ACM ainda está vivo em nossa cidade, vivo em cada canto da Bahia, vivo para os seus amigos, vivo para os seus familiares. Tenho certeza que, presente em espírito hoje, nessa celebração, ACM está feliz, porque não poderia ele receber maior presente de todos nós do que essa missa celebrada com tanta emoção aqui na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, que está no coração de uma das suas maiores obras”, afirmou o prefeito ACM, em referência à revitalização do Pelourinho, feita pelo ex-senador.

O prefeito finalizou o discurso reafirmando o orgulho de ser neto de ACM. “Nesse clima de recordação e lembranças, porque eu sei que cada uma das pessoas aqui presentes tem alguma recordação especial dele, quero dizer, em nome da família, que tenho muito orgulho de ter ACM no meu nome e no meu coração", completou.

A missa foi marcada por músicas orquestradas pelo Coral Ecumênico da Bahia e cantadas por Márcia Short e Tatau. Além dos cantores, baianas de acarajé, a estilista Negra Jhô e o agitador cultural Clarindo Silva também estiveram presentes. Durante o ofertório, familiares de ACM levaram como oferendas, além dos elementos tradicionais da missa, objetos em lembrança ao político, como uma foto de ACM com o povo baiano e a bandeira da Bahia, Estado que, conforme lembrou o padre Lázaro, foi tão amado pelo político. Um dos momentos mais emocionantes foi a entoação do hino ao Senhor do Bonfim por Tatau.  

As comemorações aos 90 anos de ACM se estenderão até a noite com a entrega, às 17h, da requalificação da via que leva o seu nome, e liga importantes pontos da cidade, como o centro comercial de Salvador à Avenida Mário Leal Ferreira e à Avenida Juracy Magalhães Júnior. Às 18h, uma homenagem será realizada na Câmara Municipal de Salvador, e no próximo dia 14, também às 18h, será lançado o livro ACM em Cena, no espaço Itaú de Cinema. O livro poderá ser adquirido por uma lata de leite, que será doada para instituições sociais.

Trajetória – Mais popular e único político a governar três vezes a Bahia, Antonio Carlos Peixoto de Magalhães nasceu no dia 4 de setembro de 1927 e atuou na política estudantil e no jornalismo, antes mesmo de se formar em Medicina pela UFBa (Universidade Federal da Bahia), em 1952, quando foi escolhido para ser o orador da turma. Em 1954, foi eleito deputado estadual. Em 58, 62 e 66, representou a Bahia na Câmara Federal e, no ano seguinte, assumiu a Prefeitura de Salvador.

Com o slogan “Aqui se constrói o futuro, sem destruir o passado”, ACM iniciou sua administração à frente da capital baiana colocando em prática um ousado projeto elaborado pelo engenheiro Mário Leal Ferreira, com a construção de novas avenidas e obras de infraestrutura que transformaram a cidade em um canteiro de obras. O trabalho de ACM na Prefeitura foi tão impactante que, em 1970, os vereadores concederam-lhe o título de “Prefeito do Século”.

Em 1971, ACM assumiu o governo da Bahia e priorizou quatro áreas que promoveriam o desenvolvimento socioeconômico do Estado: pecuária, mineração, indústria e turismo. Em 1975, assumiu a presidência da Eletrobrás e, em 78, novamente foi eleito governador da Bahia. Em 1985, assumiu o cargo de ministro das Comunicações e permaneceu até março de 1990, quando se licenciou para disputar pela terceira vez o governo estadual. Foi eleito no primeiro turno.

Em seu terceiro mandato como governador, ACM realizou grandes obras em todas as regiões e marcou sua administração com a completa recuperação do centro histórico, a duplicação do Polo Petroquímico de Camaçari e do Teatro Castro Alves, a construção da Linha Verde, estrada que liga a Bahia e Sergipe pelo litoral, e inovou criando o SAC (Serviço de Atendimento ao Cidadão), que concentra vários serviços em um só local e foi copiado por diversos Estados e países.

Na sequência, em 1994, foi eleito senador. Presidiu a Casa entre 97 e 2001. Em 2002, os baianos voltam a colocá-lo no Senado. ACM morreu no Instituto do Coração, em São Paulo, aos 79 anos, no dia 20 de julho de 2007.

 

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