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Autoridades, estudiosos, profissionais e seguidores do candomblé reuniram-se nesta quarta-feira (6), no Espaço Cultural da Barroquinha, para expressar a relevância da Pedra de Xangô para as religiões de matriz africana, bem como da necessidade da sua preservação para a manutenção das tradições e dos rituais dos terreiros que atuam na região de Cajazeiras e em Salvador.

Autoridades, estudiosos, profissionais e seguidores do candomblé reuniram-se nesta quarta-feira (6), no Espaço Cultural da Barroquinha, para expressar a relevância da Pedra de Xangô para as religiões de matriz africana, bem como da necessidade da sua preservação para a manutenção das tradições e dos rituais dos terreiros que atuam na região de Cajazeiras e em Salvador. 

“Eu só quero dizer que aqui existe um compromisso real de fortalecimento das nossas relações de africanidade”, afirmou a vice-prefeita de Salvador, Célia Sacramento, ao mencionar a importância da realização do seminário “Pedra de Xangô – Território Sagrado” e das ações de reivindicações dos direitos da população negra de Salvador. 

No evento foi destacada a importância da preservação do meio ambiente como condição para a manutenção do candomblé, visto que é uma religião baseada nos aspectos da natureza. Neste sentido, o crescimento desordenado da cidade, com a crescente diminuição e abandono das áreas verdes, rios, lagoas e orla marítima representam uma ameaça à sociedade em geral e às tradições da comunidade negra. 

Segundo o professor de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Fábio Velame, aos poucos os terreiros de candomblé vão sendo destituídos de vegetação ao redor e são construídos em locais marcados por construções de concreto. Dessa forma, os espaços públicos de preservação ambiental tornam-se também locais sagrados. Assim, “faz-se necessário pensar a legislação não somente em relação ao direito ambiental, mas também aos direitos étnico-culturais”, pontuou. 

Preservação - Para a especialista em Gestão Pública e representante da Associação Pássaro das Águas, Jassilene Nascimento, a preservação da Pedra de Xangô e do seu entorno já é responsabilidade dos terreiros e deve ser extrapolada para as esferas do poder público. “Nós da religião do candomblé exigimos o direito da preservação estatizada”. Ela se referia ao tombamento do monumento como patrimônio cultural de Salvador. 

Para o coordenador-geral da Irmandade Beneficentes de Ojés, Ogans e Tatás (Siobá), Walter Rui Pinheiro, o tombamento do local é um exemplo do reconhecimento da contribuição dos negros para a cidade. “Quem não conhece a religião não entende a importância da pedra para nós”, explicou.  

“Santuários Perdidos” foi o tema da fala do economista, escritor, dramaturgo e educador  Everaldo Duarte, que mostrou de forma poética a importância de diversos locais da cidade, como o Dique do Tororó, a Av. Bonocô, a Lagoa do Abaeté, a encruzilhada do Retiro, a cachoeira de São Bartolomeu, a Pedra do Buraco do Tatu e a Pedra de Xangô para o povo de santo, e como as intervenções de infraestrutura têm alterado gradativamente os rituais sagrados. 

O presidente da Fundação Gregório de Mattos, Fernando Guerreiro, destacou a necessidade de conscientizar as pessoas sobre a relevância do local. “O município já conta com a lei do Patrimônio Cultural (lei nº 8550/2014). Torna-se necessário, portanto, divulgar a importância da Pedra de Xangô e buscar o engajamento da população para que esta seja uma reivindicação de toda cidade”, afirmou Guerreiro.

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