O tríduo à Santa Luzia, padroeira dos olhos e da visão, completou 120 anos em Salvador na terça-feira (13). O dia da mártir católica, que faz parte do calendário de festas populares de Salvador, contou com celebração de missa solene pela manhã na Igreja do Santíssimo Sacramento do Pilar e Santa Luzia, localizada na Rua do Pilar, no Comércio. Em seguida, ocorreu a tradicional procissão, com centenas de devotos ao redor do andor com a imagem da santa percorreram a Avenida da França, Capela São José do Corpo Santo, 2º Distrito Naval, Basílica Santuário Nossa Senhora da Conceição da Praia, antes de retornar à igreja.
Responsável pela administração da igreja desde 2017, o padre Renato Minho ressaltou que esta foi a primeira edição dos festejos em que foi utilizada a imagem barroca de Santa Luzia, que se encontrava na igreja homônima erguida na Avenida Contorno e que foi atingida por um incêndio. O sacerdote também indicou o motivo pelo qual Santa Luzia se tornou tão popular entre os soteropolitanos.
“A fonte d’água da gruta desta igreja é anterior à edificação religiosa. Mas ao contrário da maioria das fontes da cidade, que infelizmente caíram em desuso por várias razões, a água milagrosa da Fonte de Santa Luzia é capaz de fazer os cegos voltarem a enxergar, entre outras proezas. E como os exemplos se multiplicaram e a notícia dos milagres se espalhou por Salvador, a devoção pela santa se ampliou entre as pessoas, que chegam para a festa com alegria e satisfação em rezar por ela”, revelou.
A dona de casa Maria Cristina de Santana, de 52 anos, contou que participa dos festejos à Santa Luzia desde criança, devoção que aprendeu com a família. “Foi minha avó, já falecida, quem me ensinou a rezar para ela. Minhas irmãs todas usam óculos e eu sou a única que nunca precisei usar. A fé em Santa Luzia toma conta dos nossos olhos, faz a gente ver a vida melhor, ver a natureza melhor e, o que é mais importante, enxergar o lado bom das pessoas”, disse.
Já Lucila Laura, de 25 anos, é percussionista e educadora da Banda Didá, grupo musical exclusivamente feminino, com o qual acompanhou a procissão tocando samba-reggae, ritmo que embalou os cânticos católicos entoados pela multidão ao longo do trajeto. “Há 10 anos eu participo do cortejo como percussionista e devota da santa. Todo ano estamos aqui, no dia 13 de dezembro, porque neste dia também comemoramos o aniversário da Didá, que hoje completa 29 anos de fundação. Então, para nós é uma celebração dupla, sempre com Santa Luzia iluminando os nossos caminhos”, relatou.
Trânsito – Para a realização da procissão, a Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) montou um esquema especial para ordenamento do tráfego nas principais vias do Comércio. A medida foi tomada para oferecer mais conforto e segurança para fiéis e condutores.