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A Festa de Santa Bárbara, celebrada nesta quarta-feira (4), é uma prova de que a fé também é capaz de mover multidões. O Centro Histórico de Salvador amanheceu tomado por um mar de fiéis e simpatizantes que, vestidos de vermelho e branco, manifestaram suas crenças em cânticos, orações, pedidos e agradecimentos.

A santa que, para os católicos, é reconhecida como a protetora contra relâmpagos e tempestades, é sincretizada pelos adeptos do candomblé como Iansã. Aliás, é comum que muitos devotos da orixá se disponham a prestar homenagens oferecendo elementos da cultura afro-brasileira, como pratos de caruru e acarajé.

Essa união e respeito às crenças chamaram atenção das atrizes e turistas Gisele Vecchin e Lívia das Mercês da Costa. “Vim para Salvador só para esta festa. Ouvi falar que ela tinha uma mestiçagem entre Santa Bárbara com Iansã e fiquei supercuriosa em conhecer. Então achei que hoje era o dia certo para estar aqui”, disse Gisele, que saiu de Campinas, em São Paulo, e está tirando uma semana de férias na capital baiana.

“O que mais tem me chamado atenção é a organização e o povo, que é muito receptivo à festividade. É uma quarta-feira e está todo mundo aqui”, completou. Animada, ela revelou ainda que aproveitou a ocasião para “arrastar” a amiga. Já Lívia, que saiu da capital paulista, destaca que veio a Salvador rapidamente em uma ocasião, mas que agora pretende conhecer melhor a cidade.

Quem também veio de outro estado foi a museóloga Tatiane Almeida, 39 anos. Embora seja soteropolitana, ela saiu de Maceió (Alagoas) onde trabalha como servidora pública federal só para acompanhar a festa. “Participo desde o final dos anos 1990. Sempre tive minha fé em Santa Bárbara, por ser ela uma santa com representação das mulheres guerreiras e que lutou pelo propósito de seguir a Cristo. Mas também sou devota de Iansã e a tenho como minha protetora. Numa cidade como Salvador, não tem como ser diferente essa associação, de ter essas duas representações femininas sagradas”.

Programação – Os festejos à Santa Bárbara começaram com uma alvorada de fogos no raiar do dia. A concentração para o cortejo aconteceu no Largo do Pelourinho, com celebração da missa campal. A imagem de Santa Bárbara, em seguida, deixou a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e foi carregada por membros da irmandade em procissão até 1º Grupamento de Bombeiros Militar, na Barroquinha – a santa é a padroeira da instituição e dos mercados.

No turno da tarde, como também é tradição, a programação é seguida por apresentações musicais com apresentações de grupos de samba e pagode que vão até a noite. Os festejos à Santa Bárbara já dura mais de três séculos e é Patrimônio imaterial da Bahia.

O evento marca a abertura do calendário oficial das festas populares da capital baiana, que até o mês de fevereiro contará com celebrações como a de Nossa Senhora da Conceição da Praia (8 de dezembro), Santa Luzia (13 de dezembro), Bom Jesus dos Navegantes (1º de janeiro), Festa de Reis (6 de janeiro), Lavagem do Bonfim (16 de janeiro), Iemanjá (2 de fevereiro) e Lavagem de Itapuã (20 de fevereiro).

Origem – A santa católica, que foi morta pelo pai por professar a fé cristã, teria sido associada à orixá devido ao fato de o pai ter sido atingido por um raio – um dos símbolos de Iansã – ao visitar o túmulo de Santa Bárbara, após arrependimento pelo feito. As primeiras manifestações em Salvador teriam ocorrido há cerca de três séculos e, em 2008, foi considerada patrimônio imaterial da Bahia.

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