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Era o ano de 1979 quando o Camaleão desfilava pela primeira vez na avenida. De lá para cá, lá se vão 40 carnavais. E é justamente em comemoração a essa passagem, que a Casa do Carnaval recebe este mês a exposição temporária dos 40 carnavais do bloco, que exibe, ano a ano, momentos marcantes da entidade carnavalesca. Ao todo, 21 totens expõem fotografias das fantasias e de momentos marcantes do desfile do Camaleão, representados tanto por imagens panorâmicas do bloco como por detalhes dos foliões.

A exposição conta com a curadoria de Pedrinho da Rocha, artista plástico que cria os abadás do Camaleão há mais de 20 anos. A exibição permaneceu por 30 dias no Shopping da Bahia, período em que recebeu em torno de 60 mil visitantes, e desde a última segunda-feira (19) ganhou um contexto especial na Casa do Carnaval, museu inaugurado em fevereiro, no Centro Histórico de Salvador, que conta com adereços, fantasias, livros, esculturas, além de recursos interativos que proporcionam uma experiência viva da maior festa de rua do planeta.

“Essa é a primeira exposição temporária da Casa do Carnaval, que pode, inclusive, servir de espelho para outras. É uma atração interessante porque dá dinâmica aos museus, permite que o visitante que vai em um período veja coisas diferentes de quem vai em outro momento, por isso, casou bem. A exposição ficou bonita, tem Maria Nery como produtora e a gente espera que muita gente vá ao museu para conferi-la, juntamente com as demais peças que compõem o espaço”, diz Joaquim Nery, um dos fundadores e atual diretor do bloco.

A Casa do Carnaval está localizada entre a Praça da Sé e o Terreiro de Jesus, ao lado do Plano Inclinado Gonçalves, no Pelourinho. Para ter acesso ao espaço nesse primeiro mês de teste, é preciso realizar agendamento prévio por meio do telefone 71 3324-6760. As visitas agendadas e gratuitas nesse primeiro mês são realizadas nos horários das 11h, 14h30, 15h, 16h30 e 17h, de terça a domingo. Em março, será cobrada uma taxa de R$ 50 (inteira), e o funcionamento será de terça a domingo, das 11 às 19h. A partir de março, o agendamento será apenas para escolas e grupos acima de 15 pessoas.

História – O Camaleão surgiu a partir de uma conversa entre quatro amigos (três deles irmãos) numa barraca de cerveja, em 1978, ano anterior ao primeiro desfile. Nery conta que os blocos nesse período estavam relacionados a áreas ou entidades específicas, como bairro, faculdade ou escola. E esse foi um desafio para o grupo: criar um bloco plural, que nunca pertenceu a um local ou entidade específica, segundo Nery, um bloco da cidade.

O nome foi uma sugestão do artista plástico Bel Borba, um dos quatro amigos da “farra de criação”, ao ver as enormes iguanas que desfilavam soltas na Praça da Piedade à época. “A ideia inicial era fazer uma brincadeira: Cama-leão. Aquela ideia de um leão na cama, tanto que o primeiro adesivo que nós tínhamos do bloco era assim, com a grafia Cama-leão. Só no meio do ano que Bel Borba resolveu mudar, trabalhar o bicho camaleão, que tem tudo a ver com o carnaval, tem a história da mudança de cor e da adaptação. Isso acabou norteando o espírito do bloco ao longo desses anos”, conta Nery.

E foi Bel Borba quem criou as primeiras mortalhas do bloco, que também estão sendo exibidas na Casa do Carnaval. Há também as mortalhas da artística plástica Maria Adair, Carlinhos Lopes e Pedrinho da Rocha, que criou a maior parte de abadás e mortalhas. “O Camaleão é hoje um patrimônio da cidade e do Carnaval de Salvador. Nós conseguimos, durante esses 40 anos, mantê-lo em posição de destaque, como uma das alavancas do Carnaval da Bahia. O melhor de tudo isso é que a gente fica com o dever de continuar e esse desejo é cada vez mais forte”, finaliza Nery.

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