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“É um projeto que vai além da questão educacional e passa a ser social também”, É dessa forma que o gerente de Patrimônio Cultural da Fundação Gregório de Mattos, Edwin Neves, enxerga o Circuito #Reconectar. O projeto seleciona uma escola diferente em cada edição e proporciona uma experiência que vai além da educação. Nesta quarta-feira (29), foi a vez dos alunos da Escola Municipal de Periperi participarem da iniciativa. Os cerca de 30 estudantes, do 6º e 7º ano, realizaram uma visita ao Centro Histórico, que faz parte do percurso proposto pelo circuito dois. A ação é fruto de uma parceria entre a Secretaria Municipal da Educação (Smed) e a FGM.

Divididos em dois grupos, alunos e professores olhavam atentos às explicações dos monitores do Museu da Misericórdia sobre a história do equipamento, que se confunde com a da própria cidade. “O objetivo é levar as crianças da rede municipal para conhecer a história de Salvador através dos monumentos. Fazemos com que eles conheçam também os personagens homenageados por esses monumentos e contextualizem com a história de Salvador. Além disso, podem conhecer o patrimônio imaterial, que são os nossos costumes, cultura, paisagens e outros. São feitas duas visitas em cada mês com alunos dos turnos da manhã e tarde, da escola selecionada”, explicou Edwin Neves.

Antes da visita, os professores realizam um trabalho de orientação e disponibilizam material informativo com dados sobre o circuito que será feito e a ideia do projeto. Além disso, os alunos são provocados a, posteriormente, falar sobre a visita. Através das respostas, foram observados alguns pontos que chamou a atenção dos professores, como a necessidade de encartes em braile para que alunos com deficiência visual possam ter uma experiência melhor.

Papel social - Em sua sexta edição, o projeto que acontece há três meses com alunos de toda a rede municipal de ensino já promoveu muito conhecimento e vivências. Emocionado, Edwin Neves se mostrou impactado com algumas experiências vividas através do projeto. “Muitos deles falam que estão indo pela primeira vez a esses lugares, tendo a oportunidade de ter acesso ao mar e aos museus. E, através desse projeto, eles têm a oportunidade de conhecerem outros espaços. Na última visita, alguns alunos disseram que nunca tinham ido à praia, e isso mexeu muito com a gente, não é? Separamos eles em grupos de dez e, ali, eles tiraram os sapatos e as meias, e colocaram os pés na água. Isso foi muito impactante: saber que pessoas que moram em Salvador, uma cidade litorânea, não conhecem o mar. Então, eu digo que esse é um projeto que vai além da educação e passa a ser social”, contou comovido.

O estudante do 7º ano Edivan Santos Dias, de 14 anos, é um desses exemplos. Ele nunca tinha visitado o Centro de Salvador. “É a primeira vez que venho aqui, no Centro Histórico. Eu gostei muito de visitar o Museu da Misericórdia. O que mais me chamou a atenção? O local onde abandonavam as crianças; não sei explicar o motivo. Não conhecia a história, e acho importante para gente ver e conhecer melhor a cidade”, contou o estudante.

Circuito - Atualmente, o #Reconectar promove os passeios em dois circuitos: O circuito 1 é o Vila Primitiva, do Forte São Diogo ao Cristo da Barra. A rota da cidade primitiva, povoação onde estava instalada uma vila tupinambá, e por onde passaram os estrangeiros que desembarcavam pela larga barra da Baía de Todos-os-Santos, ou seja, pela Ponta do Padrão, entre o Farol e o Porto da Barra. Esse roteiro dá conta do cerne da cidade, do chamado “caminho do conselho”, de onde saiam às principais decisões da província, e onde estão importantes exemplares de templos religiosos, fortificações e marcos.

O circuito 2 é o Centro Histórico, que vai da Praça da Sé à Castro Alves. A rota da cidade fundada por Tomé de Sousa, primeiro governador-geral do Brasil, em 1549, compreendida entre duas portas, Santa Catarina ao norte e Santa Luzia ao sul. O caminho que percorre a cidade planejada, primeiro centro administrativo do país, a “Cabeça do Brasil”, onde estavam instalados importantes polos do poder colonial: Palácio Rio Branco (sede do governo), Casa de Câmara e Cadeia, e Catedral da Sé (demolida no século XX para dar lugar a uma linha de bondes). A história de Fundação de Salvador pode então ser lida através dos edifícios e monumentos instalados nesse roteiro.

O terceiro circuito é o Cidade Moderna, que vai da Avenida Sete de Setembro até o Campo Grande. Entretanto, devido às obras de revitalização da via, esse ano não será utilizado.

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