Cultura

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A mesa-redonda A Força das Mulheres na Constante Luta pela Independência abriu a IV Jornada do Patrimônio Cultural Salvador no Teatro Gregório de Mattos (TGM), no Centro, na quarta-feira (5). Participaram do debate a secretária-geral do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Domésticas da Bahia (Sindoméstico-BA), Rosângela Santana; a professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e doutora em História pela Universidade de São Paulo, Lina Aras; a artista Célia Tupinambá e a jornalista Wanda Chase. O encontro foi mediado por Lourivânia Soares, jornalista e pesquisadora do Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (Cult) da Ufba.

Durante o evento, a historiadora Lina Aras falou um pouco sobre a participação das mulheres no processo de luta pela independência e fez uma relação com as lutas diárias e atuais que as mulheres ainda enfrentam. Ela ressaltou que as demandas femininas foram muito importantes nesse bicentenário pela independência e que a cada momento as mulheres reafirmam a necessidade de lutar pela sua liberdade.

“Essa é uma mesa muito atual. Com essa discussão de hoje, estamos transformando um evento do passado em um momento de luta para que todas as pessoas aqui se identifiquem e criem um elo com as nossas mulheres que lutaram, e possam defender os seus projetos individuais e coletivos”, afirmou.

A artista Célia Tupinambá participou da discussão de maneira virtual e exibiu um pouco do seu trabalho, o filme “Manto em Movimento e Silêncio”. “Eu vejo esse espaço como um lugar muito importante de autonomia para as mulheres, que ao longo do seu percurso histórico foram invisibilizadas ou colocadas em papel secundário”, disse.

Reconhecimento – Representando o Sindoméstico-BA, Rosângela Santana falou um pouco sobre a importância do 2 de Julho atrelada à luta das trabalhadoras domésticas. “Essas heroínas que por muito tempo foram desconhecidas na sociedade se assemelham muito à classe das trabalhadoras domésticas. Nós, nos dias de hoje, em pleno século XXI, ainda temos nossos direitos negados e essas mulheres que lutaram na Independência são um exemplo para nós, justamente para que continuemos lutando para que os direitos das trabalhadoras domésticas sejam reconhecidos e para que a cada dia possamos fortalecer a nossa categoria”, destacou.

A jornalista e uma das criadoras do Movimento Negro Unificado de Pernambuco (MNU), Wanda Chase, contou um pouco da história dela pessoal e profissional, fazendo uma relação com a sua luta por resistência. “O que é independência? A minha independência é me assumir como negra, é me engajar numa luta com o uso de várias estratégias, algumas reveladas e outras não”, ressaltou.

Caboclos – Mais cedo, às 14h30, a conferência “Algazarra nas ruas: os Caboclos e seu povo nas comemorações da independência” foi realizada pela professora Walmyra Albuquerque. A programação do dia foi encerrada com a apresentação artística do Slam das Minas e com a Volta da Cabocla, volta dos carros emblemáticos para o Pavilhão 2 de Julho, no Largo da Lapinha, após três dias no Campo Grande.

Programação – Nesta quinta-feira (6), às 14h haverá a mesa-redonda “A Construção e as Comemorações da Independência no Brasil, Argentina e Uruguai” com a presença dos professores Albino Rubim e Álvaro de Giorgi. Às 15h30, o público assistirá ao média-metragem “2 de Julho – Caminhos da Liberdade”, dirigido por Mira Silva e Pedro Santana. O filme apresenta detalhes curiosos sobre o processo de Independência do Brasil na Bahia, em 1823.

Às 16h, Emanoel Pitta de Brito, presidente da Associação Cultural Grupo Indígena Os Guaranis, e Marina de Leão de Aquino Barreto, representante do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), formam a mesa sobre a Patrimonialização das Festas da Independência do Brasil na Bahia. Às 17h30, os professores Milton Moura e os pesquisadores Felipe Brito e Inah Irenam realizam a mesa-redonda “Os Caboclos da Bahia”. A apresentação artística de encerramento fica por conta do Samba de Caboclo.

Na sexta-feira (7), às 14h, o professor José Dirson e as professoras Márcia Sant’Anna e Priscila Cabral Almeida (Ufba) discutem sobre o Cortejo, Patrimônio e Memória no 2 de Julho. Às 15h30, acontece a exibição do documentário “Balizando o 2 de Julho”, que acompanha a participação de membros da comunidade LGBTQIA+ no cortejo da festa.

Às 16h, os professores Fabio Baldaia, Maria das Graças Leal e o pesquisador Vinícius Zacarias participam da mesa “O Cortejo do Dois de Julho: Participação Popular e Patrimônio”. Às 17h30, o evento anuncia os vencedores dos Concursos de Balizas, Fanfarras e Fachadas, cujos participantes foram avaliados durante o cortejo.

Evento – Nesta quarta edição, a Jornada do Patrimônio Cultural Salvador é realizada pela FGM em parceria com o Cult/Ufba, e integra a programação do bicentenário da Independência do Brasil na Bahia, valorizando os patrimônios do 2 de Julho e a participação popular feminina e dos caboclos tanto nas lutas pela independência quanto nas celebrações. Os eventos estão sendo transmitidos no canal da FGM do YouTube (@FundacaoGregoriodeMattos).

A Jornada do Patrimônio integra o Programa da FGM intitulado Salvador Memória Viva, sendo um espaço importante de debates especializados sobre patrimônios materiais, imateriais, de monumentos, fontes, outros sítios históricos e lugares de memória de Salvador. Além disso, o evento contribui para a educação patrimonial, essencial à preservação e salvaguarda dos patrimônios da capital baiana.

Reportagem: Priscila Machado/Secom

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Condensar e contar a história de música, dança, folia e cultura da maior festa popular de rua do mundo não é uma tarefa fácil, mas a Casa do Carnaval da Bahia, em Salvador, consegue fazê-lo com maestria. De janeiro a maio deste ano, o espaço já recebeu mais de 28 mil turistas, um crescimento de 68% em relação ao mesmo período do ano passado. Mais da metade vem de outros estados do país, mas o número de visitantes baianos também tem crescido.

Este ano, dias antes do início do Carnaval de Salvador, o museu atingiu um recorde de público, mais de 1.300 pessoas em um único dia. Romilson Vieira Selles, 24 anos, é mediador do museu há quase e dois anos, o mais antigo no local. Para ele, ter batido esse recorde é um representativo da qualidade e dedicação envolvidos na criação e manutenção da Casa do Carnaval. “Na alta estação, geralmente temos de 100 a 300 visitantes por dia aqui. Então, do nada, esse número cresce em mil pessoas, ficamos muito impressionados”, conta. No período do Carnaval, o museu funcionou em esquema especial. A Casa do Carnaval funciona das 10 às 18h, de terça a domingo. A entrada é R$20 (inteira) e R$10 (meia), residentes de Salvador também pagam meia.

Só este ano, cerca de 10 mil baianos já visitaram a Casa do Carnaval, um aumento de 43% em relação a 2022. Para Romilson, o crescimento é reflexo de uma busca por conhecer a própria cultura. “Cada vez mais, esse espaço tem se tornado mais um espaço para quem é de Salvador, quem é da Bahia. Não que não fosse antes, até porque não houve nenhuma mudança, mas a gente percebe uma maior procura, acho que até pela sensação de pertencimento mesmo, de identificação com a própria cultura”, refletiu.

Estrutura – Inaugurado em 2018, o primeiro museu do Carnaval no Brasil promove uma experiência única da história da folia, por meio de conteúdos audiovisuais e interativos, abordando desde a origem da festa, nos entrudos lusitanos do século XVIII, passando pelas alterações e proibições elitistas sofridas, até a criação do trio elétrico (brevemente, fobica) em 1950 e o crescimento exponencial da festa, que, hoje em dia, atrai mais de 2,7 milhões de pessoas, nos sete circuitos principais, durante os dias de festa.

Localizada na Praça Ramos de Queiroz, no Pelourinho, a Casa do Carnaval está a poucos metros do Terreiro de Jesus e da Praça Castro Alves, locais icônicos para o Carnaval de Salvador. Administrado pela Secretaria de Cultura e Turismo de Salvador (Secult), tem curadoria do artista e designer baiano Gringo Cardia, juntamente com o reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), professor doutor Paulo Miguez, especialista em Cultura e Carnaval da Bahia, além de um amplo grupo de artistas e pesquisadores como Jonga Cunha e Bete Capinan.

O espaço tem dois pavilhões expositivos, com mais de três horas de conteúdo audiovisual relacionados à festa. No térreo, as salas “Origens do Carnaval” e “Criatividade e Ritmos do Carnaval” contam a história e evolução do carnaval narradas por artistas que criaram e foram criados pela festa. Na sala de entrada fica a biblioteca da Casal do Carnaval. O acervo conta com nomes como Zélia Gattai, Juarez Paraíso, Carybé, Nelson Cadena e J. Cunha, que também assina os painéis fixados na parede e do teto da entrada.

O titular da Secult, Pedro Tourinho, aponta a importância de espaços culturais de memória como a Casa do Carnaval, que refletem a representação e identificação de um povo. “É um espaço que perpassa a história de uma festa não só de Salvador, mas da Bahia, e que mostra personagens e momentos que são intrinsecamente relacionados à folia. No primeiro museu do Carnaval do país, é contado o surgimento dos trios elétricos, os caminhos que os blocos afro trilharam para se fortalecer e ganhar o devido lugar de destaque e poder, passando pelo fortalecimento de ritmos afro-baianos como o samba-reggae, o axé e o pagode na história da festa baiana”, destacou.

“O espaço cultural também adentra nos pormenores da gestão da festa, desde a atuação do poder público até os trabalhadores informais, que têm uma atuação crucial na movimentação da economia da festa”, completou o titular da Secult.

Experiências temáticas – Na sala “Origem”, brilhantes máscaras carnavalescas, bonecos pierrôs e uma escultura topográfica de Salvador contextualizam a história que está sendo contada nas telas. Já na “Criatividade e Ritmos do Carnaval”, os conteúdos abordam especificidades do Carnaval, como o trio elétrico, os blocos afro, a exportação do carnaval para o mundo e os diversos ritmos que compõem o a festa.

Também há um espaço para Carnaval do interior, como em Jacobina e Maragogipe, e a Micareta, além de um painel exclusivo dedicado aos artistas que têm construído visualmente e artisticamente o carnaval, como Juarez Paraíso, Manoel Araújo, Bel Borba, J. Cunha e Alberto Pitta. Para acessar o conteúdo audiovisual do museu e ter a experiência completa, ao visitante é dado um dispositivo móvel e fones de ouvido, que permitem sincronizar o conteúdo a ser apresentado nas telas.

No segundo pavimento do museu está o Cinema Interativo, onde os visitantes podem dançar e tocar as músicas que são apresentadas nas telas. Nas salas A e B, o objetivo é que as pessoas conheçam mais sobre artistas, afoxés e blocos de trio. Cantoras como Daniela Mercury, Ivete Sangalo e Baby do Brasil falam do Ilê, Olodum, Harmonia, Psirico e bandas como Eva, Jamil, Cheiro de Amor. Na outra sala, Carlinhos Brown, Antônio e Camila Pitanga e Xandy vão falar de artistas como Luiz Caldas e Igor Kannário e de Asa de Águia e Chiclete com Banana.

Carnaval de muitas origens – No museu, a história do Carnaval da Bahia é contada por diversas vozes, de Moraes Moreira a Saulo, passando por Margareth Menezes e Claudia Leitte, estendendo a narração a artistas plásticos natos do carnaval como Alberto Pitta. O cantor Gerônimo é quem inicia o percurso histórico da folia momesca, narrando os primórdios da festa, ainda na época do Brasil Colônia e Império, com os entrudos lusitanos que tomavam as ruas.

Márcia Short conta como acontecia o carnaval da elite, e Alberto Pitta fala do nascimento dos afoxés, no século XIX, com referências diretas à ancestralidade e ao candomblé, com os toques de agogôs e atabaques. O artista também traz a reestruturação do carnaval do povo, que tinha sido proibido pelas autoridades a pedido da elite, que não suportava o caráter popular da festa.

Os primórdios da festa são contados pelo cantor Gerônimo, que descreve como acontecia os entrudos lusitanos do Brasil Colônia e Império, festa de rua que acontecia na época da Quarema e que foi proibida, pois o alvoroço e agonia da celebração, que incluía guerra de água perfumada em às vezes, malcheirosa, desagradavam a elite. A festa, então, sofre influência do Carnaval francês, apoiado pelas autoridades e pela elite, uma proposta “refinada” para os privilegiados que ocorria em teatros e clubes. Gradativamente, nos anos 20 do século passado, cortejos dos clubes sociais começaram a invadir a Rua Chile. Desfilando fantasiados em bondes que passavam na rua, esses cortejos tinham um objetivo: exibir o luxo dos ocupantes.

Mas o Carnaval popular não ficou apagado nesse meio tempo. É a voz grave do artista plástico Alberto Pitta, criador do bloco Cortejo Afro e um dos maiores artistas visuais envolvidos no Carnaval de Salvador, que narra o trajeto dos afoxés do século XIX e o carnaval popular. No final de 1800, a contragosto das forças policiais, o Carnaval de Salvador, construído pelo povo negro já se destacava. Fortalecidas pelo som de atabaques e agogôs, agremiações carnavalescas populares, negras e indígenas começaram a ser fundadas.

Com a rua Chile ocupada pela elite, os afoxés e o povo cortejavam em fila indiana por locais como o Terreiro de Jesus e a Baixa dos Sapateiros. A ligação direta com os terreiros de candomblé e a evidência da ancestralidade levaram os afoxés a serem proibidos por uma portaria, em 1905, só voltando a serem permitidos quase uma década depois.

Já na virada para a década de 50, eventos importantes colaboraram para o fortalecimento do carnaval de rua de Salvador. Ainda na sala Origem, um protagonismo merecido é dado à Praça Castro Alves. O trecho entre o final da Avenida Sete de Setembro e o início da rua Chile, marca, em 1950, o início do que se tornou a maior festa de rua do mundo. Inspirados no fervor que a apresentação do grupo de frevo “Vassourinha” causou nos foliões, Adolfo Antônio do Nascimento (Dodô) e Osmar Álvares Macedo invadem a rua Chile a bordo da Fobica, um Ford 1929 equipado com oito caixas de som, tocando marchinhas no ‘pau elétrico’, instrumento que tinham criado na década de 40 e que se tornaria a guitarra baiana. No ano seguinte, a dupla convida Temístocles Neto e nasce o Trio Elétrico.

Tendo o carnaval carioca como inspiração, em Salvador, nos anos 50, começa o movimento de escolas de samba. O enredo dessa fase da folia é narrado por Mariene de Castro. O auge das escolas de samba soteropolitanas é nas décadas de 60 e 70, tendo em seus enredos temas como a Bahia, Caymmi, Jorge Amado e Mãe Menininha do Gantois. Despontam grandes nomes do samba baiano como Batatinha, Nelson Rufino, Roque Ferreira e Edil Pacheco. Os blocos “de índio” da década de 60, como os Apaches do Tororó e Caciques do Garcia, atraíam a juventude. Inspirados nos filmes de velho-oeste americanos, saíam pintados em cores específicas para identificação e se intitulavam silks, pele vermelha e comanches.

Em 49, nasce o maior afoxé do mundo, Filhos de Gandhy, inspirado nos ideais de paz do nacionalista indiano. Tendo Oxalá como patrono, o Ghandy já foi reconhecido pelo Guiness Book como o maior afoxé do mundo, e colaborou na reestruturação do carnaval popular que vai passar a ter, cada vez mais, manifestações de candomblé e da cultura afro-baiana. Nos anos seguinte, afoxés como Filhos do Congo e Filhas de Olorum se juntaram aos cortejos do carnaval, tendo o número de afoxés crescido desde então.

Na segunda sala, “Criatividade e Ritmos do Carnaval”, a riqueza visual da festa, as mudanças que aconteceram no trio elétrico e na folia nestes mais de 80 anos, a micareta e o Carnaval no interior do estado e as expansões da festa a nível internacional são contados por vozes como Ivete Sangalo, Regina Casé e Carla Visi. Além do conteúdo audiovisual, a sala tem um acervo de figurinos icônicos usados por cantores da música baiana como Daniela Mercury, Carla Perez e Luiz Caldas.

A salvação do povo brasileiro – Um dos painéis é dedicado inteiramente ao trio elétrico, protagonista do Carnaval de Salvador. Quem conta a história e evolução ninguém mais ninguém menos do que Moraes Moreira, primeiro cantor a subir num trio, o de Dodô e Osmar, em 1970. Antes disso, só música instrumental saía pelas caixas de som do trio. Os anos que se sucedem consolidam o casamento cantor+trio que se mantém até hoje. Os Novos Baianos, com Baby, Paulinho Boca e Pepeu Gomes e Luiz Caldas no trio Tapajós.

Os grandes artistas que criavam e projetavam os trios também têm seu espaço de destaque. Orlando Tapajós, que hoje, nomeia um dos circuitos da folia, cria a “‘Caetanave” em 1972, uma homenagem a Caetano Veloso, que voltava do exílio em Londres na época da ditadura militar. É neste momento que Caetano declara que “o trio elétrico é a salvação do povo brasileiro”. Nos anos 80, Pedrinho da Rocha também se destaca pelos designs de trios e dos abadás dos blocos, que ganharam mais força com bandas como Eva, Chiclete e, posteriormente, Asa de Águia.

Ainda na década de 70, uma força pungente da ancestralidade baiana surge na festa, os blocos Afro. Em 1975, desfila pela primeira vez, o mais belo dos belos, Ilê Aiyê. Desfilando o tema de Paulinho Camafeu, a partir daquele Carnaval, todos passariam a saber “que bloco é esse”.

A emergência dos blocos Afro está diretamente ligada aos movimentos diaspóricos Black Power, os Panteras Negras nos EUA e a independência de países africanos na década de 60 como Costa do Marfim, Benin, Somália e Nigéria. Os tambores do Olodum começam a ressoar nas ladeiras do Pelourinho em 79, criando um movimento único com as coreografias dos percussionistas. Em Itapuã nasce o Malê Debalê, com o nome inspirado nos negros mulçumanos que lutaram na Revolta dos Malês. Surgem também O Muzenza do Reggae, o Bankoma e, posteriormente, Didá, formada unicamente por mulheres.

Para além da festa na capital, o museu também conta a história da festa em cidades do interior como Maragogipe, Juazeiro e na Praia do Forte, onde ainda há a tradição dos “caretas”, inclusive, com oficinas de moldagem de máscaras carnavalescas. A Micareta, que nasceu em Salvador, no início dos anos 20 como uma alternativa ao Carnaval, que passou por um rápido declínio, hoje é forte em cidades do interior como Feira de Santana e Jacobina. “Os Cão de Jacobina”, desde os anos 40, contam a história da batalha entre o bem e o mal, com homens pintados de preto e chifres remetendo ao diabo numa luta com o anjo São Miguel.

No vasto mundo cultural, musical e de tradição que é o Carnaval da Bahia, a Casa do Carnaval, com um acervo denso, promove uma experiência única pela história e evolução da festa. Mais que um equipamento cultural, a Casa do Carnaval é um espaço de pertencimento dos baianos e foliões, que conta as diversas faces da sua história e de todos os elementos que a constituíram para ser, hoje, a maior festa de rua do mundo, arrastando milhões de pessoas anualmente.

Texto: Ascom/Secult

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Nesta quarta-feira (5) acontece a tradicional Volta da Cabocla. No evento, as carruagens e imagens do Caboclo e da Cabocla, que ficaram três dias expostas no Largo do Campo Grande, para devoção e contemplação popular, voltam em cortejo até o Pavilhão 2 de Julho, na Lapinha, fazendo o percurso inverso do dia 2.

Com o ritmo mais acelerado, o desfile, que começa às 18h, será conduzido pela Orquestra do Maestro Reginaldo de Xangô, que participa da Procissão há mais de 25 anos, além da participação de fanfarras, grupos culturais e representantes de terreiros de candomblé. Às 19h, na Lapinha, o Grupo Ofá vai realizar um show com convidados das Nações Congo Angola.

A participação popular na Volta da Cabocla tem crescido ano após ano, também contando com presença devota de integrantes de religiões de matriz africana. Após o retorno ao Pavilhão, os caboclos, principais símbolos da Independência, são restaurados e ficam no local até o próximo 2 de Julho.

“Se o desfile cívico já foi muito bonito e marcado pela participação popular, confesso que estou ainda mais ansioso pela volta da cabocla e do caboclo. Com toda a parte cultural e ancestral, tenho certeza que o momento será muito especial dentro desses festejos da Independência”, afirmou o secretário de Cultura e Turismo (Secult), Pedro Tourinho.

Com a implantação do Memorial 2 de Julho, a ser entregue ainda este mês pela Diretoria de Cultura da Secult, os caboclos farão parte da expografia do espaço cultural, que contará a história da participação popular na festa da Independência e poderá ser visitada pelo público.

Texto: Ascom/Secult

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Depois do cortejo cívico e da chegada do Caboclo e da Cabocla à Praça 2 de Julho (Campo Grande), a celebração pelo bicentenário da Independência do Brasil na Bahia continua nesta segunda-feira (3), a partir das 17h, com o espetáculo comandado pelo cantor Gerônimo Santana, no palco do Campo Grande. Em seguida, ocorre o tradicional Baile da Independência, comandado pelo maestro Fred Dantas. Ambas as atrações são gratuitas e abertas ao público.

O cantor Gerônimo afirmou que participar da programação do bicentenário da Independência no estado é importante para ele, que considera a data um dos grandes marcos da sua vida. “Com o Dois de Julho aprendi a amar cada vez mais a minha terra, os heróis e as heroínas, mulheres que acompanharam o exército para ajudar os feridos, que ajudaram na cozinha, esse apoio que foi importante para aqueles que ficaram aqui e enfrentaram a situação do (general português) Madeira de Melo. O Campo Grande para mim é um retrato que conta a nossa história, com a imagem do caboclo lá, a escultura que representa a vitória que a Bahia teve na insurreição contra os portugueses”.
De acordo com o cantor, aqui na Bahia as pessoas deram a própria vida para que hoje tenhamos independência. “Salve o Dois de Julho! Será um show épico, com algumas composições que eu retrato a história das batalhas, a exemplo de 'Ê Tempo Ê', 'Fumo e Mel', e 'Marujada de Quebra Ferro'”.

Em seguida, às 19h, começa o Baile da Independência, com a Orquestra do Maestro Fred Dantas e convidados. O maestro afirma que o evento, para ele, reflete o que foi sempre as festas da mocidade, que eram as quermesses após o 2 de Julho. “Todos nós sabemos que a data sempre inspirou paixões muito sérias, porque tem um conflito que está no DNA da Independência do Brasil na Bahia. E o baile é como se fosse o alívio, uma comemoração urbana, social. Sempre procuramos reproduzir no Campo Grande esse clima, através da dança de salão, das músicas baianas, dos compositores tradicionais que por lá passam. Este ano, teremos no palco com a gente Muniz do Garcia, com 78 anos, que tem composições próprias lindas e que merecem ser divulgadas para a grande mídia”.
Demais atrações - No dia seguinte, na terça-feira (4), o palco do Campo Grande recebe o espetáculo Amado Caymmi – homenagem a Jorge Amado e Dorival Caymmi, com Alice Caymmi, Márcia Short, Will Carvalho e Elane Fernandes, a partir das 19h.

Na quarta-feira (5), o Teatro Gregório de Mattos (TGM) recebe, a partir das 13h, a IV Jornada do Patrimônio Cultural de Salvador – 200 Anos de Independência. Em seguida, a partir das 18h, acontece a tradicional Volta da Cabocla, com o retorno dos carros dos caboclos do Campo Grande para o Pavilhão da Lapinha, com a participação da Orquestra do Maestro Reginaldo de Xangô. Às 19h, a banda Ifá e convidados das Nações Congo Angola se apresentam no Palco Lapinha.

Ainda na esteira da celebração do bicentenário da maior festa cívica da Bahia acontece a Festa de Labatut, no final de linha de Pirajá, na quinta (6) e sexta-feira (7). Também na quinta-feira (6), no mesmo local, ocorre a Cruzada Evangélica, a partir das 18h. Já entre os dias 7 e 9, a partir das 19h, o bairro recebe apresentações artísticas e eventos musicais.

O Bando de Teatro Olodum vai fazer uma série de apresentações do espetáculo “A Resistência Cabocla”, com a participação de convidados, no Subúrbio 360, em Coutos. A primeira acontece na sexta-feira (7), às 19h, para o público geral, e depois entre os dias 10 a 14 de julho, às 10h e às 14h, dentro do Projeto Especial Bicentenário nas Escolas, para alunos da rede municipal de ensino.

Está prevista para o dia 25 a entrega do Monumento em Homenagem a Maria Felipa, na Praça Visconde de Cairu, no Comércio, e a abertura ao público do Memorial da Independência, na Lapinha, em data a ser divulgada em breve.

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Reportagem: Joice Pinho/ Secom

O início da celebração pelo bicentenário da Independência do Brasil na Bahia foi marcado pela estreia do espetáculo Resistência Cabocla, do Bando de Teatro Olodum, que foi apresentado nesta sexta-feira (30) no Campo Grande. O prefeito Bruno Reis acompanhou a apresentação de estreia ao lado da vice-prefeita Ana Paula Matos.

O espetáculo dá vida a heróis e heroínas ainda ausentes nos livros de História e nas narrativas sobre a independência do Brasil, dando destaque a personagens como Maria Felipa, Maria Quitéria, o corneteiro Lopes e o indígena Bartolomeu, representante dos primeiros defensores das terras e da natureza do Brasil.

O chefe do Executivo municipal destacou que o espetáculo a céu aberto possibilitará a todos que comparecerem nas próximas sessões reflexões acerca de um dos momentos mais célebres da história do povo baiano. “Sem sombra de dúvidas, estamos valorizando a nossa cultura e a nossa história. O Bando de teatro Olodum deu um show e o espetáculo está excepcional. Com certeza todos aqui saíram emocionados e ainda com mais energia para curtir o bicentenário no domingo”, afirmou.  

Neste sábado (1º) a montagem será apresentada em dois horários na Praça do Campo Grande: às 17h e às 19h. No dia 7 de julho, quem recebe o espetáculo é o Espaço Cultural Boca de Brasa Subúrbio 360, em Alto de Coutos, às 19h. O evento será aberto ao público.

Para o secretário de Cultura e Turismo (Secult), Pedro Tourinho, é necessário que os soteropolitanos vejam o espetáculo, que foi construído de forma muito rica para celebrar a data magna do Estado. “O 2 de Julho tem tudo a ver com a forma com que a gente conta as histórias do nosso povo, e o teatro é uma forma tradicional e muito potente de se contar, rever histórias e até trazer outras perspectivas. Esse projeto é muito feliz porque consegue trazer a expressão das pessoas, da cidade e até uma perspectiva originária”, relatou.

O presidente da Fundação Gregório de Mattos, Fernando Guerreiro, destacou que a programação especial que celebra a Independência do Brasil na Bahia está variada e também pretende alcançar as novas gerações através das apresentações do espetáculo Resistência Cabocla no Subúrbio 360 dedicada às escolas municipais. “Estamos vivendo uma data muito importante que é esse bicentenário e conseguimos criar uma programação muito boa. Conseguimos colocar o Bando do Teatro Olodum, que tem 35 anos de trajetória, Baiana System, Orquestra Marinha e tantos outros. É uma programação muito vasta e que se prolonga”, detalhou.

Apresentação - O espetáculo Resistência Cabocla integra a programação organizada pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, por meio da Fundação Gregório de Mattos (FGM), para celebrar o 2 de Julho.  A montagem do Bando de Teatro Olodum conta com 30 atores e uma banda de cinco músicos em cena. O texto inédito é do dramaturgo Daniel Arcades e a direção é de um trio formado por Cássia Valle, Valdineia Soriano e Leno Sacramento.

A Resistência Cabocla conta a história de dois jovens negros que se preparam para participar dos desfiles ao 2 de Julho, em Salvador. Enquanto Luque está ansioso para desfilar como baliza à frente de uma das fanfarras, a musicista Mirna faz vários questionamentos sobre a sua participação nos festejos, especialmente por sentir falta de representatividade negra e feminina no que aprendeu sobre a data.

A aparição fantástica do Caboclo Tupinambá conduz os jovens às imagens históricas das lutas travadas em solo baiano para expulsar as tropas dos colonizadores, que resistiam mesmo depois do 7 de setembro de 1822, trazendo à cena do espetáculo a bravura popular que garantiu definitivamente a independência do país

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Faltando pouco para o cortejo cívico, as ruas de Salvador já estão recebendo a decoração especial para o bicentenário da Independência do Brasil na Bahia, celebrado no próximo domingo (2). A decoração está sendo realizada pela Prefeitura de Salvador, através da Fundação Gregório de Mattos (FGM), seguindo o tema dos festejos este ano: “Salve nossa terra, Salve o Caboclo”.

Elementos como galhardetes, resplendores, torres temáticas, fitilhos e arcos darão vida à história da data magna da Bahia em diversas localidades, como a Lapinha, Praça Castro Alves, Praça Municipal e o Campo Grande. Todo material decorativo foi produzido no ateliê do artista plástico e responsável pela decoração da celebração, Ray Viana.

O artista revela que a inspiração surgiu, principalmente, pelo bicentenário da independência. Para ele, o 2 de julho é uma data marcante para todo o Brasil. “A primeira inspiração foi de poder retratar nossa história durante esse tempo todo. O segundo mote inspiratório forte é a história do nosso povo baiano, principalmente os nossos antepassados que fizeram parte da luta”, declara.

Vianna ainda reforça que a cada ano as decorações são construídas com base no tema especial de celebração da data. “Podemos ver o poder da arte através das reações de cada pessoa que vai para as ruas e vê os elementos decorativos. A arte faz a pessoa refletir, pensar, ter uma conexão e de se emocionar. Cada ano é reforçado através das decorações o valor importante do 2 de Julho”, completa.

Animação – O vendedor André Gonçalves, de 31 anos, disse ter gostado bastante da decoração. Ele conta que já está no clima para o desfile cívico deste domingo. “Todo ano o circuito fica bastante decorado e ornamentado. Está ficado lindo demais”.

Morador da região há 52 anos, Ari Silva, de 65 anos, ressalta a importância da ornamentação para o desfile. “Cada detalhe decorado representa muito sobre a história da nossa independência. Ter em cada rua e esquina um elemento nos faz voltar ao tempo e relembrar a história de luta dos nossos antepassados”.

Comerciante ambulante do Largo da Lapinha, Jucilene dos Santos, de 45 anos, reforça que a decoração valoriza os elementos culturais do evento cívico. “Por ser 200 anos, tem que caprichar ainda mais. Sempre acompanho os preparativos e os desfiles. Está bonito demais, isso valoriza a história do nosso povo”, disse.

Reportagem: Valmir Soares/Secom

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O Distrito Cultural do Centro Histórico e Comércio foi lançado há dois meses como uma iniciativa da Prefeitura de Salvador, gerida pela Secretaria de Cultura e Turismo (Secult), para dar à região uma atenção especial e já apresenta resultados positivos para artistas, moradores e trabalhadores. De lá pra cá, a cena cultural e turística do Distrito, que engloba as regiões da Gamboa, Comércio, Barroquinha, Pelourinho e Santo Antônio Além do Carmo, recebeu avanços consideráveis, como o apoio ao Balé Folclórico da Bahia, companhia de dança tradicional e contemporânea da Bahia, e a realização do São João do Centro Histórico.

Funcionando como uma zona administrativa de cultura, turismo, assistência social, zeladoria e ordenamento público, o Distrito, que tem uma Prefeitura-Bairro exclusiva, consegue ter uma gestão mais localizada e atenta às necessidades individuais da região. Para o secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, em dois meses, o saldo é positivo. “Começamos com o pé direito na construção dessa nova realidade que é o Distrito Cultural do Centro Histórico de Salvador. Já conseguimos fazer ações com resultados extremamente práticos e positivos, o que demonstra que estamos no caminho certo”, destacou.

Para a garçonete do restaurante Cantina da Lua Miriam Rodrigues, 42 anos, a realização do São João no Centro Histórico de Salvador também é motivo de comemoração. “Eu amo São João, poderia ser todos os dias. É lindo vir trabalhar, ver essa decoração linda e ainda conseguir curtir um pouquinho da programação. Deu para fazer um programa com a família, trouxe meus dois filhos para curtir”, afirmou.

Durante os 25 dias de festa no São João o Centro Histórico, a ênfase foi fortalecer os comerciantes e artistas da região, além de promover atividades familiares, com espaços para lazer infantil, como o “Terreiro das Brincadeiras” e diversas atrações musicais no entorno do Pelourinho e Santo Antônio Além do Carmo.

Segurança - A pintora corporal Bárbara Jackson, 29, mora e trabalha no Pelourinho. No início do mês ela participou da capacitação realizada por meio do projeto Sou Salvador, parceria da Secult com as secretarias municipais de Ordem Pública (Semop) e de Desenvolvimento, Emprego e Renda (Semdec). Para ela, o reforço na segurança impacta diretamente na expressão cultural, que é o seu trabalho. “Os turistas, que são os maiores públicos da pintura corporal, ficam mais à vontade quando veem as viaturas e os guardas municipais. A criação do Distrito tem melhorado a segurança do Pelourinho e o nosso trabalho”, destacou.

Desde a criação do Distrito Cultural, no dia 27 de abril, a segurança na região foi impactada positivamente. A transferência da diretoria-geral da Guarda Civil Municipal (GCM) para o Centro Histórico e o aumento de mais de 100 agentes na região, além das 10 unidades de módulos e de viaturas da Guarda, que atuam junto ao Grupamento de Apoio ao Turista (GAT), refletem no bem-estar dos comerciantes, moradores e turistas.

O apoio inédito ao Balé Folclórico tem permitido a realização de apresentações três vezes na semana, nas segundas, quartas e sextas no Teatro Miguel Santana, no Pelourinho. O diretor-geral do Balé, Vavá Botelho, conta que o patrocínio veio “em um momento muito importante” e necessário para o Balé Folclórico da Bahia. “Vamos poder dar continuidade aos nossos projetos artísticos, culturais e sociais, principalmente, como as oficinas de dança gratuitas e projetos como o Balé Júnior”. Mais de 200 trabalhadores ligados ao Balé, dentre bailarinos, músicos e produtores culturais têm sido impactados com a iniciativa.

Dentre as ações previstas para serem impulsionadas pelo Distrito, o calendário turístico de Salvador e a programação cultural anual estão em sua fase final de elaboração. O projeto do DC do Centro Histórico e Comércio foi feito em meio a diálogos com comerciantes, ambulantes e lideranças das regiões, como a Associação do Centro Histórico Empreendedor (Ache), a fim de estabelecer metas comuns. As ações do Distrito também envolvem a mobilidade. O horário de funcionamento do Elevador Lacerda foi ampliado, passando a funcionar de domingo a quarta-feira, até as 22h, e de quinta a sábado, até 0h.

Texto: Ascom/Secult Salvador

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O Festival Samba Junino, realizado neste domingo (25), reuniu cerca de 10 mil pessoas no Dique do Tororó e encerrou os festejos oficiais de São João da Prefeitura de Salvador, com apresentações de diversos grupos de samba duro, além do show de Tatau, que teve participações de Ninha e Bambam. As comemorações iniciaram por volta das 15h, com o cortejo dos grupos de samba junino que seguiu do viaduto Romulo Almeida, na Avenida Vasco da Gama, até o palco, no Dique do Tororó. O show de Tatau começou no início da noite, logo após o fim do desfile, e agitou o público com um repertório especial de samba duro e sambas especiais juninos.

Manifestação cultural tradicional, o samba junino nasceu em Salvador há pelo menos 40 anos, durante as festas de caboclo em terreiros de candomblé de bairros como Engenho Velho de Brotas, Garcia, Tororó, Engenho Velho da Federação. Cerca de 60 grupos de samba junino receberam apoio da Prefeitura para o festival. Os grupos desfilaram ao som de atabaques e agogôs, entoando músicas tradicionais de samba duro.

A realização do evento faz parte do plano de Salvaguarda do Samba Junino, registrado como Patrimônio Cultural Imaterial de Salvador pela Fundação Gregório de Mattos (FGM) em 2018. Para o secretário de Cultura e Turismo de Salvador (Secult), Pedro Tourinho, o samba junino deverá mudar a história do São João de Salvador.

"É um dia muito feliz para a gente, encerrando o São João de Salvador apoiando esse movimento tão importante, que é o samba junino. Vamos colocar ainda mais lenha nessa fogueira porque é uma das grandes manifestações da cultura de Salvador. É um samba de comunidade que acontece no período junino e também no ano inteiro. Tenho a certeza que nos próximos anos vai ser ainda muito maior e estamos apostando muito nisso”, afirmou.

O cantor Tatau, que no começo da carreira participou do grupo “Samba Scorpions”, destacou que o festival representa um novo momento na história do samba duro. “O show de hoje é um momento de conexão. A gente trouxe a história e a tradição para a galera. Promover uma conexão entre público jovem, que tem chegado cada vez mais, e o samba junino”, afirmou.

Já o cantor Ninha pontuou que o mais importante é retornar para um dos lugares onde tudo começou, o Dique do Tororó. “Estamos no lugar onde tudo nasceu, onde eu me criei, e ver esse evento acontecendo no dia 25, no São João, com essa quantidade de gente, só mostra a força das comunidades, que são responsáveis por dar vida ao samba junino”, disse.

Sambista há 37 anos, Edilson Bonfim, 50, conhecido como “Chuchu”, é vocalista e instrumentista do grupo “Toca Ae”, do bairro do Lobato. Pra ele, ter desfilado com seu grupo no festival, hoje, é uma honra muito grande. “Eu estou envolvido com samba junino há muito tempo, mas esse evento de hoje nos dá uma dimensão que não tínhamos antes, era mais restrita. O sentimento de hoje é de crescimento, abertura de caminhos”, destacou.

Somonair Costa Katendê, 40 anos, samba desde pequena. Rainha do grupo “Samba que dá e deixa”, do Engenho Velho de Brotas, fez o cortejo inteiro dançando em cima do minitrio e não parou nem quando chegou no fim. “Estou aqui representando tudo que meu pai, Mestre Moa do Katendê, me ensinou, dançando o samba junino e as danças afro. Isso aqui faz parte da minha vida, é uma trajetória que venho trilhando desde criança. E terminar o desfile aqui, no Dique, é uma coisa muito linda, uma luz”, afirmou.

Texto: Ascom/Secult Salvador

 

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A manhã desta quinta-feira (22) foi especial para 35 pintores corporais que trabalham em Salvador. Durante evento realizado no Casarão XVII, no Centro Histórico, eles receberam certificados da capacitação promovida pelo Sou Salvador, além de kits de trabalho com crachá, colete de identificação, pincéis e tinta atóxica.

A entrega contou com a presença dos titulares das secretarias municipais de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Semdec), Mila Paes; Cultura e Turismo (Secult), Pedro Tourinho; e de Articulação Comunitária e Prefeituras-Bairro (SACPB), Luciano Sandes, além do subprefeito do Centro Histórico, Humberto Sturaro, e representantes da sociedade civil.

A pintora Cláudia Guimarães, de 50 anos, mora em Brotas e há nove anos trabalha com pintura. Para ela, receber o kit e o apoio da gestão municipal é muito importante. “Hoje, mais uma vez, expresso minha gratidão pela oportunidade e por essa organização da Prefeitura. Já são nove anos neste trabalho. Além de pintar no Centro Histórico, eu também faço trabalho com a Timbalada e é muito satisfatório”.

Morador do Centro Histórico, Wesley de Jesus, de 22 anos, trabalha com a pintura desde 2010. Ele conta que essa é a sua primeira capacitação. “É uma arte que eu dependo, vivo e mantenho a minha vida com ela. É um dos melhores dias da minha vida. Hoje me sinto de fato profissional, com colete, identificação, então estou feliz demais”.

Valorização – A secretária da Semdec, Mila Paes, salientou que a iniciativa é uma valorização deste trabalho realizado na capital baiana e que, muitas vezes, é a vitrine da cidade para os turistas e visitantes do Centro Histórico. “O programa Sou Salvador tem esse intuito de valorizar os empreendedores e os profissionais informais que atuam na cidade. Para nós, é um orgulho iniciar essa nova fase com os profissionais já trabalhando com dignidade, união e força, para fazer do Centro Histórico um local relevante, importante e de qualidade, com um atendimento que ele merece”.

O titular da Secult, Pedro Tourinho, afirmou que a pintura tribal surgiu organicamente com o grupo Timbalada e é algo que já se tornou símbolo da cultura soteropolitana. “Hoje a Prefeitura abraça esses artistas, colocando-os como profissionais. Oferecemos suporte, capacitação, formação e material de trabalho para que a gente consiga potencializar essa comunicação, esse símbolo como força da cidade e das pessoas que amam Salvador”.

O secretário da Semop, Luciano Ribeiro, também falou sobre a entrega como uma importante ação de ordenamento do comércio no Centro Histórico. “Estamos padronizando esses pintores, entregando fardamento e orientando sobre a importância dessa atividade cultural no Pelourinho. São ações que promovem uma melhoria na qualidade do atendimento aos nossos turistas”.

Capacitação – O curso de capacitação, realizado no início de junho, na Associação Pracatum, no Candeal, foi resultado da parceria entre as Semdec, Semop e Secult. Durante a capacitação, os pintores assistiram a uma palestra sobre tratamento aos turistas, hospitalidade e precificação, e também participaram de uma oficina de pintura corporal.

Reportagem: Ana Virgínia Vilalva/Secom

 

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