A Prefeitura de Salvador firmou na noite desta terça-feira (16) um convênio com o Balé Folclórico da Bahia, durante solenidade no Teatro Miguel Santana. A parceria foi assinada pelo prefeito Bruno Reis, pelo secretário municipal de Cultura e Turismo (Secult), Pedro Tourinho, e pelo presidente da instituição, Vavá Botelho. Com o convênio, será destinado o valor de R$ 380 mil em 2023, que vai auxiliar no custeio dos artistas, do pessoal do administrativo, na manutenção do imóvel e do espetáculo do grupo.
O patrocínio da Prefeitura também viabiliza a continuidade de projetos da Fundação Balé Folclórico da Bahia, além das oficinas de dança gratuitas abertas à comunidade. Após a assinatura do convênio, o prefeito Bruno Reis assistiu a um espetáculo do Balé Folclórico ao lado de Vavá e Tourinho, além de outras autoridades municipais e integrantes do grupo.
“Precisamos oferecer conteúdo e isso é o que mais temos. Agora precisamos dotar de infraestrutura, equipamentos públicos e parcerias com todos esses grupos responsáveis pela cultura da nossa cidade para que tenham condições de fazer grandes apresentações e, com isso, vender ainda melhor a nossa cidade”, destacou o prefeito.
Bruno Reis também ressaltou que a parceria busca reconhecer o trabalho dedicado que o grupo desenvolve contribuindo ativamente na vida de muitas famílias soteropolitanas. “O Balé Folclórico é uma referência para todos nós e, sem sombra de dúvidas, é um dos nossos principais patrimônios culturais. Além de tudo, é responsável pela formação de tantos bailarinos e bailarinas que transformaram suas vidas a partir da oportunidade que tiveram aqui”, reforçou.
Com a pandemia da Covid-19, o Balé Folclórico parou de se apresentar por falta de recursos oriundos da bilheteria dos espetáculos, além da escassez de turnês, congressos, feiras e convenções, que quase levaram a instituição à extinção.
Desde 2022, a Secult estreitou os laços com o Balé Folclórico, articulando contatos com empresas privadas e representantes do trade turístico que passaram a se interessar pelo produto, o que fez com que o grupo de dança pudesse retornar às apresentações no Teatro Miguel Santana, na Rua Gregório de Mattos, no Pelourinho. A iniciativa municipal integra dois projetos: o da revitalização do Centro Histórico com o Distrito Cultural e estímulo ao afroturismo na cidade.
Para o secretário Pedro Tourinho, apostar no Balé Folclórico da Bahia é além de fomentar a cultura do país, também é uma ação de preservação da memória ancestral. “O Balé Folclórico da Bahia representa um pilar importantíssimo da cultura da nossa cidade, representa Salvador pelo mundo. Em 28 anos, nunca deixou de se apresentar em nossa cidade. Apoiar o Balé Folclórico da Bahia, mais do que uma ação de fomento, de patrocínio, é acima de tudo retribuir por tudo que eles fazem por nossa cidade e por cada um dos que passaram por lá”, afirmou.
Emprego e renda com a cultura - Além da manutenção do espetáculo, a parceria com a Prefeitura vai possibilitar a geração de emprego fixo para 27 bailarinos, 21 profissionais ligados ao mercado de cultura e 10 funcionários administrativos para atender cerca de 800 pessoas nas oficinas de dança.
“É o nosso primeiro contato com o poder municipal em 35 anos de atividade do Balé Folclórico da Bahia. É um apoio que está vindo numa hora muito importante, principalmente pelo fato de a gente ter ficado dois anos com todas as atividades paralisadas em virtude da pandemia. Quase encerramos as atividades de forma definitiva e agora estamos voltando com espetáculos no Teatro Miguel Santana, com projetos de turnês, de criação de novas coreografias. A gente precisa mais do que nunca desse apoio”, comemorou Vavá Botelho.
Embora funcione há mais de três décadas, o BFB mantém suas apresentações no Centro Histórico da cidade há 28 anos. Nesse período, foram realizados 7.488 espetáculos para um público estimado de 750 mil pessoas.
Reportagem: Joice Pinho/Secom
Monumentos públicos e praças de Salvador receberão, a partir desta quarta-feira (17), uma ação que unirá teatro, música, dança, fotografia e educação patrimonial. O projeto, intitulado Viva o Museu Popular, acontecerá sempre às quartas-feiras até 14 de junho, com apresentação teatral e roda de conversa temática. Toda a programação é gratuita e aberta ao público.
O Viva o Museu Popular terá três apresentações do espetáculo "O museu é a rua a céu aberto", com texto e direção de Fabrício Brito. Elas acontecem no Cristo da Barra (17 de maio), no Campo Grande (31 de maio) e no Marco da Cidade, no Porto da Barra (14 de junho).
As rodas de conversa serão realizadas às 14h, na Casa do Museu Popular da Bahia, em Fazenda Grande do Retiro. No dia 24 de maio, o bate papo terá como base reflexões a partir da exibição do documentário "Olha o museu no meio da rua". Já no dia 7 de junho, o tema tratado será "Teatro de rua e educação patrimonial".
Patrimônio vivo – A iniciativa integra o projeto Viva o Museu Popular, desenvolvido pelo grupo de arte popular A Pombagem e ganhador do Prêmio Jaime Sodré de Patrimônio Cultural – Ano II, da Fundação Gregório de Mattos (FGM). A proposta é entender e apresentar as ruas e praças como espaços museais, populares, acessíveis e repletos de patrimônio vivo.
"O projeto mostra que o museu não é apenas um lugar físico e engessado, mas pode ser uma experiência cultural de natureza material ou imaterial. Substituímos o edifício pelo território, o público pela comunidade, o estático pelo movimento e a coleção pelo patrimônio”, destaca Fabrício Brito, que também é coordenador do projeto.
O espetáculo contará ainda com a presença de artistas convidados, como os poetas Osmar Jr e João Vanderlei de Moraes. Também está confirmada a participação do grupo Coco das Cunhã, um trio de mulheres brincantes da cultura popular.
Reportagem: Joice Pinho/Secom
A Escola Criativa Boca de Brasa Polo Subúrbio/Ilhas realiza, nos próximos dias 15 a 18, a Semana de Negócios em Cultura e Economia Criativa do Subúrbio. A programação reúne diversas oficinas, serviços e atividades que serão realizadas no Espaço Boca de Brasa Subúrbio 360 e Escolab Coutos, em Coutos, e na Associação Cultural Quilombo Aldeia Tubarão (Quial Tubarão), em Paripe. O evento é aberto ao público e não é necessário realizar inscrição prévia.
A série de encontros tem como objetivo articular, qualificar, promover e difundir as iniciativas, agentes, produtos e serviços da região do subúrbio de Salvador. Os participantes terão acesso a plantões de atendimento com orientações para formalização institucional e elaboração de projetos para editais.
Além disso, o evento contará com apresentações artísticas, batalhas de pitch (apresentação para atração de investidores ou clientes) com premiações em produtos e serviços de parceiros locais, nas categorias negócio, projeto e produto, além de mesas temáticas com personalidades de referência nas áreas de influenciadores digitais, pesquisadores e empreendedores.
O projeto é fruto do Termo de Colaboração firmado entre a organização social Pontos Diversos, a Fundação Gregório de Mattos e a Prefeitura de Salvador, através de recursos do Edital 004/2022 – Polos Criativos Boca de Brasa. O apoio é da Associação Cultural Quilombo Aldeia Tubarão (QUIAL Tubarão), da produtora EUMELANINA, do Acervo da Laje e do Espaço Cena Um.
Programação – Na segunda-feira (15), dia da abertura do evento, das 9h às 12h, acontece no QUIAL Tubarão o plantão de atendimento com orientações para formalização institucional. No mesmo dia, das 18h às 21h, na Escolab Coutos, acontece o plantão de elaboração de projetos para editais.
Na terça-feira (16), será realizado o plantão de orientações para apresentação de pitch, das 9h às 12h, no Espaço Boca de Brasa Subúrbio 360. No mesmo local à tarde, das 14h às 16h, acontecem mesas temáticas com personalidades referência nas áreas de influenciadores, pesquisadores e empreendedores.
Na quarta-feira (17), no QUIAL, será promovida a oficina “Negócios Criativos: Roteiro de Turismo Comunitário”, em dois horários: das 9h às 11h e das 17h30 às 19h30. Na ocasião, será feito um passeio pela comunidade, deslocando-se pela praia, visitando empreendimentos locais das matriarcas do bairro e finalizando o percurso no QUIAL.
Encerrando a semana de Negócios, no dia 18, das 14h às 20h, mais uma vez no Subúrbio 360, ocorrem batalhas de pitch nas categorias de negócio, projeto, produto/serviço, apresentações artísticas e feira de exposição.
Reportagem: Carlos Alberto Ribeiro/Secom
O mês de maio está sendo bastante movimentado nos equipamentos públicos culturais de Salvador. O tema da vez remete ao Dia do Trabalho e do Trabalhador (1º de maio) e os equipamentos, vinculados à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), são opções de lazer para toda a família. Confira:
Cidade da Música - Com o tema “Trabalhadores da Música”, o espaço, localizado na Praça Cairu, no Comércio, realiza nas quartas de maio (dias 17, 24 e 31), às 15h, uma apresentação de rap/trap. No dia 28, às 15h, o equipamento promove uma programação infantil de contação de história.
A programação segue no dia 20 com a programação infantil de musicalização para bebês; dia 21, com a oficina de instrumentos de sucata; e no dia 27 com o espetáculo "Música Viva”, sempre às 15h. Nos dias 20, 21, 27 e 28, às 11h e 14h, acontece no equipamento a visita mediada.
Casa do Rio Vermelho – Na casa onde viveu Jorge Amado e Zélia Gattai, na rua Alagoinhas, no Rio Vermelho, será realizado nas quartas de maio (17, 24 e 31), às 10h30 e 15h30, a programação “Passeio no Jardim”. Aos sábados, (13, 20 e 27), o espaço exibe, às 10h30 e 15h, o espetáculo “Caçadores de Sapo”. Às 11h e 15h30, também do sábado e do domingo, o equipamento realiza uma visita mediada.
No domingo (14), às 10h e 18h, será exibido o espetáculo “Planta pra levar”. No dia 21, às 10h30, será realizada a oficina “Escrita Criativa” e no dia 28, também às 10h30, será realizado o “Teatro de Sombras”. Todo final de semana do mês, será encenado o espetáculo infantil “Desenhos na Varanda”.
Casa do Carnaval da Bahia – O mês de maio também será movimentado na Casa do Carnaval. O equipamento, localizado na praça Ramos de Queirós, no Centro, realiza nas quartas (17, 24 e 31), às 15h, a programação “Mete Dança - Falando de Amor”, com aula temática de dança que promove alegria e diversão aos visitantes. Neste sábado (13), às 15h acontece o “Papos de Carnaval”, projeto que promove conversas com convidados que trabalham na festa. No domingo (14), às 15h, o equipamento realiza a “Hora da História”, contação para crianças que traz o tema "Trabalhadores do Carnaval".
No dia 20, às 11h, será realizado o “Vibra Dança”. No dia 21, às 10h30, é a vez da programação infantil “Musicalização para bebês”. No dia 27 de maio, às 15h, será realizado o “Camarote de Jogos”, e no dia 28 de maio, será realizada uma contação de história, às 15h.
Espaço Pierre Verger da Fotografia Baiana – Localizado no Forte de Santa Maria, na Barra, o equipamento realiza no sábado (13), a partir das 16h, o “CineFoto - Passos de um artista”. Nos domingos (14 e 28), às 15h, o público poderá participar da “Oficina do Olhar”, na qual os visitantes são convidados a observar fotografias diversas, com o tema mães e filhos, para dialogar sobre a importância das imagens na construção da memória.
Nos dias 17 e 24, o equipamento realiza, às 16h, o “Fotograma”. No dia 20, às 16h, será exibido o “CineFoto - O Vaqueiro e suas raízes”. No dia seguinte, às 15h, será a vez da “Hora da história: A lenda Oxum" encantar os presentes. Seguindo a programação do mês, no dia 27, será exibido o “CineFoto - Vida de Pescador”, às 16h.
Espaço Carybé de Artes – O equipamento, localizado no Forte São Diogo, no Porto da Barra, realiza neste domingo (14) e nos próximos dias 20 e 28 a programação “Artista por um dia”. Também no domingo (14) e dia 28, a temática da programação é a oficina de quebra-cabeça. No dia 20, a criançada pode aproveitar a oficina de mosaico. As atividades serão realizadas a partir das 15h.
Visita Azul - Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem visitar os espaços de forma gratuita, com horários especiais e direito a um acompanhante. Nesta sexta-feira (12), às 10h, a ação acontece nos espaços Pierre Verger da Fotografia Baiana e Carybé das Artes. No dia 19, às 10h, será a vez da Casa do Rio Vermelho. Por fim, no dia 26, a visitação especial ocorre na Casa do Carnaval da Bahia.
Acesso – Os equipamentos funcionam de 10h às 18h, com entrada até às 17h. Os ingressos custam R$20 (inteira) e R$10 (meia). Têm direito a meia-entrada os idosos, residentes de Salvador e estudantes.
Reportagem: Valmir Soares/Secom
Depois de um mês com sete solos em cartaz, dentro da programação do Curto Circuito das Artes, a Prefeitura de Salvador, através da Fundação Gregório de Mattos (FGM), promove o projeto Clube da Cena. São oficinas gratuitas de interpretação teatral para solos, a partir de clássicos da dramaturgia universal, conduzida pelos atores e diretores Harildo Déda, Marcelo Flores e Cia de Teatro Os Argonautas. A aula inaugural será nesta quarta-feira (10), às 19h, no Teatro Gregório de Mattos (TGM), no Centro.
Na ocasião, será aberta também, às 18h, a exposição Trajes de Cena do Teatro Baiano – Um Recorte no Tempo, com curadoria de Maurício Martins e do Acervo Boca de Cena. A mostra é aberta ao público e poderá ser visitada gratuitamente, na Galeria da Cidade, no TGM, de quarta a sábado, das 14h às 18h, até o dia 18 de junho.
Início das aulas – A trilha de conhecimento do Clube da Cena é composta por exercícios e técnicas de preparação, respiração, interpretação e expressividade, com foco no estudo em torno de pesquisa dos autores Harildo Déda e Marcelo Flores, em relação à dramaturgia Shakespeariana. O público alvo são atores, estudantes e entusiastas das artes cênicas.
Ao fim da capacitação, haverá uma mostra de cenas com o que foi produzida durante a trilha de conhecimento, dirigida e roteirizada por Marcelo Flores. As aulas serão iniciadas a partir do dia 15 de maio e duram até o mês de junho, sempre às segundas e quartas, das 15h às 17h. no Espaço Boca de Brasa, Centro. Para participar basta se inscrever até o próximo dia 13, através do link https://docs.google. com/ forms/d/e/1FAIpQLSeCl5hEmVJe14_914_re4bPK8NGUzia9vQnRGvmiqxtfZaTqg/viewform
Trabalho do intérprete – Clube da Cena é um espaço de aperfeiçoamento e treinamento de interpretação em formato de laboratório de exercícios, pesquisas e estudos, criado em 2002 pela companhia de teatro Os Argonautas e pelo professor, ator e diretor Harildo Deda. Até agora foram realizadas sete edições, que resultaram em leituras encenadas e espetáculos sempre com atores convidados. Esta é a primeira edição com inscrições abertas para seleção dos participantes.
A trilha do curso foca pela primeira vez no trabalho solo do intérprete de grandes personagens do teatro universal. “Depois de uma pandemia que quase leva de enxurrada os artistas e a cultura, estamos de volta para recomeçar. Não só com espetáculos com os veteranos, mas repassando a nossa experiência para os novos e para os mais velhos também. Isso significa que continuamos, que estamos vivos”, reflete Déda.
“Oportunidade incrível que o espaço Boca de Brasa e a Fundação Gregório de Mattos estão proporcionando para nós, atores, e para o público da cidade de Salvador. Criamos esse projeto, que parte do ponto de vista do autor, diferente dos cursos tradicionais”, explica Marcelo Flores, ator, diretor e fundador da companhia de teatro Os Argonautas.
A Casa do Benin, espaço de intercâmbio entre as culturas africanas e brasileiras, completou 35 anos de criação no último sábado (6). Uma programação especial foi pensada para comemorar a data, sendo parte dela realizada esse mês e a outra em planejamento para o mês de agosto, visto que o espaço cultural, gerido pela Fundação Gregório de Mattos (FGM), passará por manutenção, com foco em melhorias para os visitantes.
No dia do aniversário ocorreu o Presentysmo, um evento de conexão Brasil-África com a participação de artistas do Quênia e de Cabo Verde. Já no domingo (7), o Culinária Musical, sob o comando do afrochefe Jorge Washington, movimentou o espaço com o preparo da famosa e premiada maxixada de carne seca, ao som do pagode de Marcos Aragão e banda Aula Vaga, formada por professores de colégios e pré-vestibulares.
Ainda esse mês, deverá ocorrer uma ação inédita e em conjunto com as Casas de Angola e da Nigéria para a Semana da África, de 25 a 28 de maio. No mês de agosto, o espaço terá uma exposição fotográfica de Arlete Soares, fotógrafa e editora que trabalhou com Pierre Verger e Lina Bo Bardi na construção da casa, indo para todas as viagens realizadas no período de construção. O rico acervo incluirá fotografias tanto do Benin como da abertura do espaço aqui em Salvador.
O equipamento cultural, que funciona de terça a sexta, das 10h às 17h, e aos sábados, das 9h às 16h, na Rua Padre Agostinho Gomes, 17, Pelourinho (próximo ao Taboão) recebe uma média de 600 a 700 visitas mensais. Essa média mensal é ampliada em períodos de atividades artísticas e culturais. Semanalmente, grupos de escolas, tanto de unidades municipais, como estaduais e federais de universidades e instituições de fora vão conhecer a Casa do Benin.
“Para mim, a importância do espaço se traduz na reação das pessoas que vêm aqui. Elas ficam deslumbradas e têm uma reação de aproximação com o acervo, como se já conhecessem as peças, porque são itens que já estão inseridos no cotidiano soteropolitano. Então, eu acho que a importância está representada nessa relação de identificação e pertencimento que as pessoas sentem”, opina Igor Tiago Gonçalves, produtor cultural e gestor da Casa do Benin.
História – Inaugurada em 6 de maio de 1988 – ano do centenário da abolição da escravatura em território brasileiro, a Casa fez parte de um projeto que pretendia estreitar relações entre Salvador e a África e que foi encabeçado pelo fotógrafo autodidata, etnólogo, antropólogo e escritor franco-brasileiro Pierre Verger e pela arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi. “A intenção era que a Casa do Benin fosse uma casa intercambista, recebendo estudantes beninenses para residir aqui em Salvador, enquanto desenvolviam as suas pesquisas e que a Casa do Brasil, lá no Benin, também recebesse estudantes soteropolitanos para realizar trabalhos artísticos e intelectuais”, lembra Gonçalves.
O espaço fica em um casarão, que faz esquina com a Rua Padre Agostinho Gomes e a Avenida José Joaquim Seabra, no coração do Centro Histórico. Hoje, a Casa do Benin é um equipamento cultural de valorização, fruição e de preservação das culturas negras e afrodiaspóricas, com um acervo que conta um pouco da visão cultural beninense, a partir de peças trazidas desse país africano.
Acervo – O acervo tem coleção de máscaras, estatuetas, instrumentos de caça e instrumentos musicais. É um acervo vasto da cultura beninense que se relaciona muito com a cultura da Bahia e de Salvador, dentro de um processo de fluxos e refluxos.
“Recebemos eventos gastronômicos e culturais nessa linha. As exposições que acontecem aqui, hoje, são exposições que dialogam com as culturas negras e afrodiaspóricas. Estamos restabelecendo vínculos que foram perdidos ao longo do tempo, e essa é uma relação que nós queremos fortalecer”, conta o gestor do espaço.
Entre o material, é possível destacar a máscara Geledé, que está presente na marca de divulgação da Casa do Benin. São máscaras utilizadas por mulheres em rituais femininos na República Beninense e em outros territórios da África. O local também conta com um presente de um presidente do Benin quando esteve em Salvador, que é uma escultura de um mestre de vodum, e também com tecidos africanos que contam a história dos reinados do antigo Reino do Daomé, em que cada símbolo significa um rei e uma história do reinado.
Estrutura – No casarão, encontra-se a Galeria Pierre Verger, onde estão expostas as peças do acervo permanente com obras beninenses; a Sala de Exposição Lina Bo Bardi, que recebe mostras temporárias; e o Auditório Gilberto Gil, local de realização de eventos e oficinas de pequeno porte voltados para a comunidade.
No pátio, existe o Espaço Etno-gastronômico Angélica Moreira e a “Tatassomba”, uma réplica de edificações existentes no Benin, desenvolvida pela arquiteta Lina Bo Bardi, feita de barro e com teto de palha. Também há uma outra edificação, toda em cimento queimado – uma das assinaturas da arquiteta –, onde está situada uma sala multiuso e um terraço.
Reportagem: Priscila Machado/Secom
A Casa do Benin, museu que abriga peças originárias do continente Africano no coração do Centro Histórico, celebrará seus 35 anos com uma edição do projeto Culinária Musical neste domingo (7). O projeto, realizado pelo afrochefe Jorge Washington, alia gastronomia, música, poesia, moda e outras artes.
Nesta edição o público vai poder apreciar os pratos arrumadinho de fumeiro, maxixada de carne seca ou ainda a versão vegana da receita. O evento terá início às 12h e a entrada custa R$30 (em espécie). Já a refeição para duas pessoas custa R$70. A animação durante o almoço ficará por conta do pagode de Marcos Aragão que receberá ainda como convidados a banda Aula Vaga e o cantor Thiago Thomé. A apresentação do evento ficará por conta do mestre de cerimônia Fábio Santana.
O afrochefe destacou que celebrar o aniversário da Casa é de extrema relevância porque o local é um espaço de intercâmbio que permite o diálogo com a cultura do país Benin, além de propiciar que os soteropolitanos se identifiquem e se reconheçam culturalmente. “Quando eu pensei o projeto quis exatamente essa energia onde a gente pudesse interagir com a culinária, música e outras linguagens e a Casa do Benin me propicia isso. A gente tem uma cozinha espetaculosa que me dá a possibilidade de fazer, sonhar e harmonizar de várias formas. E tem ainda um quintal com aquela réplica da Tatassomba. É um espaço coletivo e eu digo que é o casamento perfeito por conta de todos esses fatores”, contou.
O Culinária Musical possui seis anos de existência sendo quatro deles com edições realizadas na Casa do Benin. Jorge Washington estima que apenas nas edições anteriores já passaram mais de 3 mil pessoas no museu, entre baianos e turistas.
“O Culinária Musical é um projeto diferenciado porque o público chega ao evento já conhecendo o acervo permanente do museu. Vai visitando aquelas peças de curadoria de Pierre Verger e isso já dá um impacto diferente. Quando chega no pátio o público se depara com uma réplica do Rio Oxum. É um movimento mítico de ligação com o continente africano e com o Benin que provoca nas pessoas uma mistura de saudade, memória e afetividade”, detalhou Washington.
Sobre o museu – A Casa do Benin, situada na Rua Padre Agostinho Gomes, próximo ao Taboão, tem um acervo composto por cerca de 200 peças originárias do Golfo do Benin, colecionadas pelo fotógrafo francês Pierre Verger ao longo de suas viagens realizadas à África, para estudar os fluxos e refluxos entre África e Bahia. Também possui peças relacionadas à cultura afrodiaspórica, doadas por artistas e instituições.
O equipamento cultural é gerido pela Fundação Gregório de Mattos (FGM), por meio da Gerência de Equipamentos Culturais, e funciona em um casarão colonial que teve reforma assinada pela arquiteta Lina Bo Bardi. A Casa do Benin está aberta à visitação de terça a sexta-feira, das 10h às 17h, e aos sábados, das 9h às 16h.
Reportagem: Joice Pinho/Secom
Neste sábado (6) e domingo (7) será realizada a 24ª Retrôterapia Feira, na Praça 2 de Julho, no Campo Grande. Aberto ao público, o evento é apoiado pela Prefeitura de Salvador e ocorrerá das 9h às 16h. O objetivo é fomentar a economia criativa solidária e sustentável, divulgando os produtos e serviços dos empreendedores locais.
A feira irá proporcionar a cultura retrô, os famosos antiquários de Rui Barbosa, terapias integrativas, colecionismo, cultura sustentável e empreendedorismo alternativo. As inscrições são gratuitas e para se inscrever os expositores e empreendedores alternativos deverão entrar em contato pelo WhatsApp da organização, no número (71) 99160-7202.
Objetos raros e artesanato – Segundo a idealizadora do projeto, Gau Fernandes, o espaço contará com exposições de móveis antigos, colecionadores, produtos sustentáveis, antiguidades, plantas, artes, vinis, pratas, perfumes, moda feminina sustentável, produtos pet, doces artesanais e objetos raros, dentre outros.
Ela ressalta a importância positiva que essa feira tem para a economia local, estimulando o mercado informal. “O fomento de uma economia mais criativa e solidária em Salvador. A gente tem projetos filantrópicos também dentro das feiras com formato de lojas online, pois consequentemente acaba movimentando a economia local”, diz Gal.
O Projeto Escola Criativa Boca de Brasa Subúrbio/Ilhas está com inscrições abertas para vagas residuais das iniciativas culturais e criativas promovidas no local até domingo (30), através do link https://shre.ink/QKdv. Para participar, é necessário ser maior de 18 anos e ter disponibilidade para seguir a trilha formativa até agosto de 2023.
A estratégia tem como principal objetivo capacitar, qualificar e fortalecer as iniciativas culturais e criativas existentes no Subúrbio/Ilhas de Salvador há um ano, para participar de formações voltadas para o setor cultural e da economia criativa. Ao final do processo, dez iniciativas serão selecionadas para receber um apoio financeiro de R$10 mil cada para o desenvolvimento das propostas.
A formação é composta por duas etapas, com duração de seis meses, entre março e agosto. A primeira etapa, que dura até 19 de maio, todos os participantes estudam conteúdos como “História do subúrbio, território e identidade”, “Protagonismo, trabalho e carreira”, “Comunicação criativa, elaboração e gestão de projetos”, “Práticas colaborativas” e “Produção cultural”.
Na segunda etapa, que dura até agosto, serão oferecidos os cursos “Corpo em Cena”, “Corpo Imagem” e “O Subúrbio é uma viagem”, que abrangem técnicas de espetáculo de cenografia, figurino e adereços; “Linguagens artísticas de audiovisual, fotografia e dança”; e “Turismo cultural e comunitário”, respectivamente. As aulas acontecem no Subúrbio 360, em Coutos.
“O projeto Escola Criativa é uma iniciativa que visa desenvolver habilidades pessoais e empreendedoras, dentro dos pilares da arte, cultura e economia criativa, além de trabalhar a consciência de pertencimento e fortalecimento de território com os alunos, para que possam se identificar e possam atuar dentro da região onde vivem. O curso “Subúrbio é uma Viagem”, por exemplo, foca no turismo comunitário, visando preparar a comunidade a atender as demandas que surgem em decorrência de recentes roteiros turísticos lançados na região”, explicou a monitora da equipe de Comunicação da Escola Criativa, Thaiane Cerqueira.
Criador do projeto Teatro na Comunidade, Almir Gonçalves do Nascimento, de 35 anos, atua levando arte e cultura para crianças e jovens nas comunidades da região. Ele contou que ficou sabendo da iniciativa através de um dos seus alunos, que já estava inserido no Espaço Boca de Brasa.
"Sempre acreditei que a arte precisava ser valorizada e que a gente podia ter uma rentabilidade com isso, mas não sabia que o horizonte era tão amplo desta forma. Todos os facilitadores que vi até aqui nos mostram que é possível fazer acontecer. Já estamos aprendendo como empreender, estamos criando alguns conteúdos de forma diferente, mais elaborados, ganhando visibilidade, fortalecendo parcerias e valorizando nosso trabalho, nos deixando mais preparados para que a gente possa agir de uma maneira muito melhor dentro desse mercado”, relatou.
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