Foi em 1672 que a Catedral Basílica Primacial São Salvador foi inaugurada, quarta igreja construída no Centro Histórico, antigo colégio dos jesuítas. Mas foi ali também que a turista Ana Carolina Machado, de 21 anos, descansou as pernas após caminhar pela região com a família, vindos do interior de São Paulo às vésperas dos 470 anos da primeira capital do Brasil.
Ela não sabia, mas repousava em um Patrimônio Cultural da Humanidade, título que o Centro Histórico conquistou em 1985, conferido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). "Achei tudo muito bonito aqui. Ainda vamos visitar as igrejas", comentou a turista, antes de exibir a pintura corporal característica utilizada pela banda Timbalada.
O padre Lázaro Muniz conhece bem essa reação positiva dos turistas em relação ao Centro Histórico de Salvador. Agora na Paróquia de Santa Cruz, no Engenho Velho da Federação, ele foi pároco da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos durante sete anos, até fevereiro último, quando se despediu em grande estilo, reunindo multidão.
"A procura dos turistas às igrejas é significante. Isso revela um olhar especial ao artístico, ao belo. O Centro Histórico não é um lugar só de festa, de batuque, embora isso seja maravilhoso, mas também é um grande coletivo que precisa ser preservado, e os turistas têm nos ajudado a valorizar cada vez mais essa região", afirmou o líder religioso.
Delimitações - Também conhecido como Pelourinho, o Centro Histórico tem delimitações. É o que explica o historiador Francisco Senna. Segundo o especialista, chama-se assim apenas a região do Largo do Pelourinho."Oficialmente, é isso. Salvador era uma cidade murada. A porta norte ficava no Largo do Pelourinho, enquanto a sul ficava ali onde é a Praça Castro Alves. Esse largo foi o último local onde colocaram o Pelourinho (coluna de pedra)", explicou.
Ainda quando o Brasil era colônia portuguesa, essa coluna era utilizada para amarrar criminosos de alta periculosidade, como uma forma de escárnio para o resto da população. Também eram postos avisos do poder público direcionados para o povo.
Investimentos - O Centro Histórico possui vários templos religiosos, como a Catedral Basílica, Rosário dos Pretos, Igreja D'Ajuda, ou Igreja Santo Antônio Além do Carmo. O que garante a presença do turismo religioso. Mas, além das igrejas, a região possui alguns museus, como a Casa do Carnaval, a Casa do Benin, o Teatro Gregório de Mattos e o Espaço Cultural da Barroquinha, mantidos pela Prefeitura.
A Casa do Carnaval, inaugurada em fevereiro de 2018, celebra e relembra a história da maior festa de rua do planeta, usando e abusando da interatividade e da tecnologia. A Prefeitura investiu cerca de R$ 6 milhões para a implantação do museu, que disponibiliza diversos recursos multimídia para que o visitante caia na folia.
"O Pelourinho é o berço desta cidade, que é a primeira capital do Brasil. É um cartão de visitas para os turistas. O nosso objetivo é que a região volte a ser motivo de orgulho para os baianos, mas também fique no imaginário dos visitantes como um local único no mundo", afirmou o secretário municipal de Cultura e Turismo (Secult), Cláudio Tinoco, lembrando que o Executivo municipal realiza a requalificação do Terreiro de Jesus, o "coração" desse Patrimônio Cultural da Humanidade.
Após seis meses de palestras, mesas redondas, ensaios, entre outros preparativos, finalmente chega o momento da estreia de Sonho de Uma Noite de Verão na Bahia, musical produzido no âmbito da Fábrica de Musicais – edital da Fundação Gregório de Mattos (FGM) que contemplou o Coletivo 4. A Prefeitura, ao lado do renomado diretor João Falcão, lança a montagem no Teatro Gregório de Mattos nesta sexta-feira (29), às 19h. Mais um presente para o aniversário de Salvador.
Para Falcão, diretor de espetáculos premiados como Gonzagão - A Lenda e Gabriela - Um Musical de Jorge Amado, a iniciativa deve ser vista como um exemplo para as prefeituras de todo o Brasil. "Acho muito importante. Se tivesse em outros lugares, seria maravilhoso. Essa é uma experiência rara. Essa montagem atingiu muitas pessoas, criou um movimento de pessoas em torno da gente", afirmou.
A comédia musical é uma adaptação de William Shakespeare, a partir do livro Sonho de Uma Noite de Verão, de Adriana Falcão. Metade do elenco é composta por membros do Coletivo 4, enquanto o resto dos atores foram convocados, após participarem das oficinas. "Eles (Coletivo 4) são muito dispostos, interessados. São 'bichos do teatro' mesmo, sabe? Isso é muito bom. Nos entendemos muito bem".
Por sinal, João Falcão teve uma tarefa difícil para escolher quais candidatos integrariam a montagem. Segundo ele, as cerca de 700 pessoas que passaram pelas oficinas são talentosas e interessadas no projeto. "Tem uma pessoa que não era de teatro, mas era de circo. Teve os novatos, mas também os veteranos. Foi essa diversidade que me interessou", comentou.
Trilha - A trilha sonora da montagem é composta por mais de 20 clássicos da axé music, samba reggae, ijexá, pagode e outros gêneros. No repertório estão presentes canções clássicas na voz de artistas como Caetano Veloso, Carlinhos Brown, Daniela Mercury, Gilberto Gil, Ivete Sangalo, Margareth Menezes e Ricardo Chaves.
O elenco é acompanhado pelos multi-instrumentistas Carlos Boca, Chocoshow Yuri, Citnes Dias, Felipe Guedes e Nino Bezerra. A direção musical é assinada por Yacoce Simões, arranjador e maestro com 30 anos de experiência. "Temos também algumas músicas que foram ressignificadas, com diferentes e arranjos e tal. Tudo dentro do contexto da cena", explica João Falcão.
O musical - No enredo, os reis Titânia e Oberon (Ana Mametto/ Rafael Medrado), o debochado duende Puck (Jarbas Oliver) e quatro fadas (Igor Epifânio, Lara Böker, Rafa Souza e Yanna Vaz) partem do Olimpo em direção à Terra, para investigar se gente realmente existe. Eles desembarcam em pleno Carnaval de Salvador. Lá, conhecem Teseu (Luiz Pepeu), político e empresário do entretenimento, noivo de Hipólita (Marília Castro), uma jovem falida financeiramente. Ali também aparece Hérmia (Viviane Pitaya), cantora de axé, que rejeita as investidas do candidato a deputado Demétrio (Alexandre Moreira), e planeja fugir com Lisandro (Ana Barroso), jovem herdeiro de uma fortuna por quem Helena (Fernanda Beltrão) está enamorada.
Na tentativa de compreender o comportamento caótico dos mortais, os seres mágicos acabam se contagiando com a folia e dão inicio a uma série de confusões de encontros amorosos e paixões desencontradas. Completam o elenco: Daniel Farias (William Shakespeare), Fernanda Paquelet (Dona Biu) e Genário Neto (Bobina).
A estreia, no aniversário de Salvador, será aberta apenas para imprensa e convidados. Porém, o musical fica em cartaz numa curta temporada, até 28 de abril, de quinta a domingo, às 19h. Há opções vespertinas, nos dias 30 de março, 6, 13 e 20 de abril, além do dia 28, num domingo, sempre às 16h.
Os ingressos custam R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada), mediante apresentação de documento oficial com foto. As compras podem ser feitas no www. sympla. com. br/ sonhonabahia, ou na bilheteria do teatro, que funciona nos dias de espetáculo duas horas antes da apresentação. Telefone: (71) 3202-7888.
O papel da arte da grafitagem como instrumento de empoderamento social foi o mote que permeou o lançamento da quinta edição do Festival de Graffiti Bahia de Todas as Cores (BTC), que ocorreu na tarde desta quinta-feira (28), no espaço Acervo da Laje, em São João do Cabrito. O evento ocorre com o apoio da Fundação Gregório de Mattos (FGM), e integra o calendário de eventos do Festival da Cidade.
Artistas das mais variadas linguagens e diversos grafiteiros participaram da roda do evento. Dentre os palestrantes convidados estavam o líder do Que Ladeira é Essa, Marcelo Teles, os gestores do Acervo na Laje, José Eduardo e Vilma Santos, além de Gabi Bruce, produtora cultural que ganhou o prêmio Sabotage 2019.
De acordo com o professor José Eduardo Santos, a arte na periferia vem atrelada a entender a beleza do território e potencializar este entendimento. "O Acervo surge com essa proposta de dar uma resposta operativa que dialoga com o que a elite mais preza, que é a arte", narrou, explicando a importância de movimentos que não retroalimentem a violência nas comunidades.
Programação - O BTC discute o papel social da arte até domingo (31), usando o grafite para mostrar a diversidade de cores e da vida a novos espaços. Ainda como parte da programação, os artistas participantes irão produzir murais gigantescos em 5 geomantas espalhadas pela cidade (Travessa do Panta, Garcia; Rua Baía de Todos os Santos, Cabula; Vale dos Lagos, São Rafael; Rua 13 de maio, Campinas de Pirajá e Rua Eudaldo Gomes, Igreja do Alagados, Uruguai).
Os murais já estão em processo de produção através dos artistas do Coletivo Vai e Faz e por artistas soteropolitanos convidados para integrar a equipe. Nesta sexta (29), aniversário da cidade, os murais serão apresentados ao público, como parte das comemorações.
Ainda nesta sexta, das 9h às 17h, acontece o tradicional mutirão de grafite, que será realizado em local a ser definido, na Cidade Baixa. A proposta busca envolver os artistas participantes e a comunidade local, contribuindo com a revitalização artística do espaço.
Neste sábado (30), inicia-se a pintura oficial do BTC, das 9h às 17h, com a produção de painéis em muros da Avenida Beira Mar, Ribeira. No domingo, finalizam-se as pinturas no Circuito Águas de Março. Ao longo do fim de semana, acontecem também o Encontro de Stickers, em local a ser definido; e o Bingo recreativo entre os artistas participantes. Outras atividades culturais ainda serão definidas para o BTC.
O 5º BTC é uma realização do Coletivo Vai e Faz, formado por artistas, comunicadores, produtores e estudiosos do tema. Os artistas convidados, selecionados por meio de inscrição e curadoria do Coletivo Vai e Faz, ficarão hospedados no Colégio Estadual Presidente Costa e Silva, no Largo da Madragoa, na Ribeira.
Soteropolitanos e turistas terão mais um fim de semana recheado de atividades durante a programação do Festival da Cidade, que celebra os 470 anos de Salvador. O projeto "Teatro para todos" alia, em evento intimista no Parque da Cidade (Itaigara), atividades de cultura, entretenimento, saúde e gastronomia. A iniciativa, apoiada pela Prefeitura, é coordenada pela Maré Produções Culturais e realizado por meio da Lei Rouanet, do Ministério da Cidadania, com patrocínio da Hapvida.
Serão dois dias intensos de programação no parque, neste sábado (30) e domingo (31), onde será possível conferir, gratuitamente, três espetáculos teatrais de diferentes linguagens artísticas: "Tia Má com a língua solta", às 13h, "Causos de Zé Bocó e Pedro Malazartes", do Teatro Griô, às 14h, e "É das palhaças que eles gostam mais", às 15h, do grupo Nariz de Cogumelo.
Esta será a primeira experiência da jornalista Maíra Azevedo em local aberto com seu espetáculo stand up comedy. “Estou ansiosa por fazer esse espetáculo em um espaço ao ar livre. Isso para mim representa a liberdade de atuar e falar de temas caros, que nos fazem sorrir e também demonstram nossa capacidade de reinvenção, de seguir em frente e aprender com o que nos machuca e fortalece. Espero fazer uma grande apresentação e ver boa reação do público”, confessou Azevedo.
Ao todo, serão mais de 20 atividades propostas nas mais diferentes linguagens neste sábado (30) e domingo (31). Dentre as ações previstas para o público infantil estão a oficina de pintura artística e escultura em balão que será realizada entre 12h e 17h. Também ocorrerá um piquenique musical com roda de conversa e lanches saudáveis, além de ações de plantio, das 12h às 18h.
Oficinas - Para jovens e adultos serão ofertadas oficinas de consciência corporal para a família com alongamento e aquecimento, das 14h às 15h; aferição de pressão arterial e glicemia com entrega de brindes, das 12h às 18h; meditação Kundalini – técnica de meditação ativa que realiza também a respiração consciente, dança livre e o relaxamento profundo, das 16h às 17h30; massagem Ayurvédica – que agrega composições da ioga com a consciência corporal do indivíduo, das 16h às 18h; e aulão de ioga para promover o acesso ao bem estar coletivo, das 17h às 18h. Ainda serão realizadas atividades lúdicas com técnicas circenses, das 14h às 17h.
Um dos momentos mais esperados do Festival da Cidade, o show “Sempre Novos Baianos Cantam Salvador”, acontece neste sábado, às 19h, no Largo da Mariquita, no Rio Vermelho - onde tocam Paulinho Boca e Moraes Moreira, de graça. Na mesma noite, o cantor Márcio Mello também se apresenta para soteropolitanos e turistas. O evento é organizado pela Empresa Salvador Turismo (Saltur) e Fundação Gregório de Mattos (FGM), com o patrocínio da cervejaria Schin, que integra o grupo Heineken no Brasil.
O cantor Paulinho Boca revela que montou um repertorio especial, com canções que exaltam a beleza de Salvador. Entre elas, ícones da MPB como “Faixa de Cetim”, canção de Ary Barroso, e os clássicos “Tarde de Itapuã” e “Saudade da Bahia”, ambas composições de Dorival Caymmi. “Abro o show fazendo uma justa homenagem a Salvador, depois canto um pouco da minha carreira solo e chamo Moraes para relembrarmos os Novos Baianos”, diz. A abertura do espetáculo terá ainda a participação do violinista da Orquestra Sinfônica da Bahia, Mário Soares.
Para Paulinho, se apresentar na capital baiana é sempre uma alegria. “Me sinto muito lisonjeado, principalmente nesse momento em que Salvador é vista no mundo como a Cidade da Música, como o destino mais procurado por turistas. É como se fosse o aniversário da nossa mãe, de nossa filha”, destaca o cantor. Boca ressalta que o Festival da Cidade, assim como os demais eventos musicais promovidos pela Prefeitura, são fundamentais para fortalecer a capital baiana como endereço da diversidade musical.
“Se recebemos o título de Cidade da Música, nada mais justo. Essas ações que colocam a música na rua são importantíssimas para a nossa cultura. A Prefeitura tem levado a música para todos os espaços, em todos os cantos, em todos os bairros”, diz ele, lembrando da sua participação no último Carnaval, no bairro de Cajazeiras. “Foi uma maravilha. Música na rua, para o povo”, finaliza.
Bloco Prazer - Convidado de Paulinho Boca, o cantor e compositor Moraes Moreira, que fará uma participação no show relembrando os Novos Baianos, afirma o quanto é prazeroso cantar na capital baiana, em especial na programação de aniversário da cidade. “É uma honra levar música para essa cidade. Compus muitas músicas que falam de Salvador, entre elas 'Chame Gente' e 'Cidadão', canções eternizadas pelo povo baiano”, afirma Moreira.
Nascido na cidade de Ituaçu, na Chapada Diamantina, ele lembra que conheceu Salvador com 17 anos. “Era um sonho conhecer a capital. Vi o mar pela primeira vez com 17 anos. Cheguei, fui me entrosando, fui aluno do Seminário de Música da Bahia e estabeleci essa relação de amor com Salvador".
Amante da Praça Castro Alves, ele relembra que embalou o público na Praça do Povo, no último dia do Carnaval deste ano, durante o projeto Pôr do Sol. “Gosto é da Castro Alves, essa praça é um pouco minha. É maravilhoso fazer o Carnaval de Salvador e estou adorando estar participando também do Festival da Cidade”, finaliza Moraes.
A primeira capital do Brasil completa 470 anos nesta sexta-feira (29). A data será celebrada com muita música, artistas renomados se apresentando gratuitamente e movimentando diversos cantos da cidade. Destaque para o Concerto Internacional Salvador 470 Anos, que contará com a apresentação de nove artistas que irão se revezar num palco, montado no Farol da Barra, a partir das 19h. Mas vai ter muita animação também em Cajazeiras, tudo dentro do Festival da Cidade.
A apresentação gratuita do concerto no Farol da Barra acontece em parceria com o Festival da Língua Portuguesa (Fespo) e terá a presença dos portugueses António Zambujo e Ana Moura, do angolano Paulo Flores e dos baianos Saulo, Daniela Mercury, Márcia Short, Carla Cristina, Márcia Freire e Magary Lord. Inédito, o espetáculo, que integra o Festival da Cidade, foi produzido especialmente para a data.
Dentre os músicos da Bahia que darão o tom da terra ao concerto, com músicas e apresentações em homenagem a Salvador, está o cantor, compositor e percussionista Magary Lord, que preparou uma apresentação especial para parabenizar a capital baiana. Ele fez questão de preservar a surpresa com relação à escolha do repertório, mas assegurou que a canção “Circulou”, sucesso que ganhou como música do Carnaval 2012 na voz do cantor Saulo Fernandes, fará parte da apresentação dirigida pelo produtor musical Jonga Cunha.
“Tive a honra de ser convidado para participar desse festival. Estou muito feliz em poder cantar para Salvador no dia em que minha cidade faz aniversário. Além disso, meu estilo 'Black Semba' tudo tem a ver com Paulo Flores, que vai trazer um pouco da música de Angola para cá”, disse. A possibilidade de nove artistas se revezarem no palco também está sendo vista por Magary com bastante entusiasmo. “Um encontro entre os cantores daqui e os artistas de fora, esse intercâmbio musical, será incrível. Salvador e o nosso povo merecem essa homenagem”, destacou o artista.
Bairros - As comemorações dos 470 anos de Salvador acontecem, nesta sexta, também em Cajazeiras. A festa será no Campo Pronaica. Os shows de Hiago Danadinho, Léo Santana e Deny Dennan têm início a partir das 19h. “Estou ansioso para reencontrar o público, sentir a energia de perto. Será um show voltado para prestigiar esse lugar mágico chamado Salvador. Não deixarei de cantar os clássicos que definem esse lugar que aprendo a chamar de meu, já que sou de Camaçari”, disse Dennan.
Entre hoje (28) e domingo (31), o graffiti vai mostrar sua diversidade de cores e ganhar vida nova na Cidade Baixa, em Salvador. Em sua quinta edição, Festival de Graffiti Bahia de Todas as Cores (BTC) irá reunir mais de 100 artistas locais, nacionais e internacionais, com o intuito de levar a democrática arte urbana para a região da Cidade Baixa. A programação integra o Festival da Cidade.
Com apoio da Prefeitura, por meio da Fundação Gregório de Mattos (FGM), o BTC integra o calendário de eventos de celebração do aniversário de Salvador. Por conta disso, contará com a produção de murais gigantescos em 5 geomantas espalhadas pela cidade. São elas: Travessa do Panta, Garcia; Rua Baía de Todos os Santos, Cabula; Vale dos Lagos, São Rafael; Rua 13 de maio, Campinas de Pirajá; e Rua Eudaldo Gomes, Uruguai.
O mural produzido na geomanta da Rua Baía de Todos os Santos, no Cabula, já está pronto. Os outros estão em andamento. Em função das chuvas, o processo sofreu atrasos. Mas o objetivo é que até este sábado (30) todas as geomantas, que foram selecionadas pela Defesa Civil, estejam grafitadas. Os murais são produzidos pelos artistas do Coletivo Vai e Faz e por outros colaboradores de renome, convidados para integrar a equipe.
Este ano, o BTC ocupará diversos muros da Avenida Beira Mar, na Ribeira, reforçando assim a ideia do espaço público como um local de encontros, saberes e trocas. Com o tema "Águas de Março", referência à conhecida canção de Tom Jobim que remete às transformações - físicas e subjetivas -, convida à apreciação da orla soteropolitana.
Abertura - O festival provoca a reflexão sobre o papel da arte na transformação social e na interação com os espaços periféricos da cidade. Para sediar o debate que dará início ao evento, hoje, às 16h, o local escolhido foi o Acervo da Laje - Casa 02. Localizado na Rua Sá Oliveira, 2, no final de linha do Alto do Cabrito, o espaço é uma galeria de obras produzidas por artistas do Subúrbio e também um espaço de formação, com oficinas e cursos voltados à comunidade, artistas e pesquisadores.
Entre os debatedores estão José Eduardo Ferreira e Vilma Santos, gestores do Acervo da Laje; e Marcelo Teles, ativista e artista integrante do movimento e Centro Cultural Que Ladeira é Essa?, que tem como pauta principal a luta contra a gentrificação da Ladeira da Preguiça. A artivista pernambucana Gabi Bruce também fará parte do debate.
Grafiteira desde 2004, Gabi realiza ações que fomentam empoderamento das mulheres e meninas. Por fim, estará na mesa de abertura o artista Bó Treze, criador do evento Arte e Cultura na Kebrada, considerado um dos maiores da cultura Hip-Hop e periférica na Zona Leste de São Paulo.
Nesta sexta (29), das 9h às 17h, acontece o tradicional mutirão de graffiti na Rua Sá Oliveira, em São João do Cabrito. A proposta busca envolver os artistas participantes e a comunidade local e contribuir com a revitalização artística do espaço.
Neste sábado (30), inicia-se a pintura oficial do BTC, das 9h às 17h, com a produção de painéis em muros da Avenida Beira Mar, Ribeira. Ainda no sábado, vai rolar simultaneamente o BTC Stickers e o Bingo BTC, às 17h, no toldo principal do evento, próximo à Marina da Penha.
Para fechar a noite de sábado, também no toldo principal do evento, próximo à Marina da Penha, o DJ Bó Treze comanda a festa. No domingo (31), finalizam-se as pinturas no Circuito Águas de Março.
Até o começo do século XIX, a Bahia era a mais rica capitania e segunda maior cidade do Império Lusitano, atrás apenas de Lisboa, em Portugal. Parte desse imenso patrimônio histórico e cultural está guardado nos 43 museus espalhados primeira capital do Brasil, que completa 470 anos. Essas instituições abrigam um rico acervo de obras variadas, algumas delas produzidas ainda nos tempos do Brasil Colônia.
Alguns funcionam em construções históricas, e boa parte é de graça. Seus acervos contemplam pinturas, esculturas, fotografias, documentos, poemas, máscaras, instrumentos, utensílios e outros tipos referências à formação da identidade baiana e brasileira, contribuindo para que o cidadão possa refletir sobre o presente e o futuro.
A maioria dos museus de Salvador abriga coleções permanentes e mostras itinerantes. Entre eles está o Museu de Arte da Bahia (MAB), o mais antigo do estado, e que no ano passado completou 100 anos. Situado no Corredor da Vitória, o casarão do século XIX, de portas altas e largas, logo chama atenção pela sua imponência.
O espaço, que por muito tempo serviu de residência para comerciantes, há mais de um século abriga um dos dez museus mais antigos do Brasil. Para o diretor da estrutura, o sociólogo, fotógrafo e mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) Pedro Arcanjo, o lugar preserva a memória cultural e histórica de Salvador e da Bahia. “Temos um acervo com quase 14 mil peças, incluindo uma coleção de pintura sofisticada dos séculos XVIII e XIX, louças e tantas outras riquezas”, disse Arcanjo.
Quem visita o local se encanta com as coleções de pinturas do conselheiro Jonatas Abbott, dos séculos XVII e XVIII, de origem italiana, francesa, flamenga, holandesa, que contam com o quadro da Escola de Caravaggio “David com a Cabeça de Golias”. E o acervo de Francisco Marques de Goés Calmon, que reúne importantes conjuntos de artes decorativas, notadamente as porcelanas orientais e o conjunto de louça que pertenceu a vários representantes da aristocracia brasileira.
Nas instalações do MAB, que fica aberto à visitação de terça a sexta, das 13h às 19h, e aos sábados, domingos e feriados, das 14h às 19h, outros trabalhos comprovam a beleza, o valor e a evolução da arte. As obras de pintores baianos como Presciliano Silva, Alberto Valença e Mendonça Filho também podem ser apreciadas. Logo na entrada, no andar térreo, o público encontra gravuras que remetem a um passeio pela cidade de Salvador no século XIX.
Novos equipamentos - Na lista dos equipamentos culturais que se destacam em Salvador estão também a Casa do Carnaval, que conta a história da folia baiana, através de maquetes, roupas e instrumentos disponibilizados por artistas que já participaram da festa. Além disso, o acervo dispõe de fotos e documentos históricos e dois cinemas interativos, em que os visitantes podem aprender ritmos do Carnaval caracterizados e com a ajuda de monitores. O equipamento, que pertence à Prefeitura e usa e abusa da tecnologia e interatividade, está localizado no Pelourinho.
Há ainda museus como a Casa do Rio Vermelho - Jorge Amado e Zélia Gattai, imóvel onde o casal de escritores morou, e os espaços Pierre Verger da Fotografia Baiana e Carybé de Artes, ambos funcionando em fortes históricos da Barra (Santa Maria e São Diogo), trazendo as obras significativas dos artistas que lhes dão nomes. Ambos também são geridos pela Prefeitura.
O secretário municipal de Cultura e Turismo, Cláudio Tinoco, ressaltou que a gestão municipal tem um olhar diferenciado com os equipamentos que difundem a cultura e a história de Salvador. “Muitos turistas vêm à Salvador atraídos pelo patrimônio histórico e cultural. Isso reforça a importância dos nossos museus e equipamentos que valorizam a nossa história”, assinalou.
Maior coleção de jornais - Quem quiser conhecer um pouco mais da primeira capital do Brasil pode também visitar o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), localizado na Avenida Sete de Setembro, esquina com a Praça da Piedade, situado numa imponente edificação de estilo neoclássico, que funciona de segunda a sexta, das 13h às 18h.
Fundado em 13 de maio de 1894, sob auspícios do então governador Rodrigues Lima, a instituição reúne trabalhos de pesquisadores e estudiosos renomados nas áreas de História, Geografia, Sociologia e ciências afins. O IGHB possui a maior coleção de jornais datados desde o século XIX até a atualidade. A biblioteca guarda 45 mil exemplares.
O local também é chamado como Casa da Bahia, em razão de contar com a memória histórica e cultural do estado. A instituição possui o maior acervo cartográfico da Bahia, o que permite à sociedade conhecer a origem dos atuais 417 municípios.
O IGHB é presidido por um dos membros, em mandatos bianuais. O atual presidente, Eduardo Moraes, destacou que o local cultiva a memória de Salvador. “Temos aqui preciosidades. Nosso espaço, além de fonte de conhecimento para baianos e turistas, é também de suma importância para pesquisadores da Bahia, do Brasil e do mundo. Temos aqui a história viva de Salvador e de toda a Bahia”.
Um dos bairros mais populosos da capital baiana, e presença garantida durante os principais eventos soteropolitanos, Cajazeiras será palco, nesta sexta-feira (29), dia em que a primeira capital do Brasil completa 470 anos, de apresentações musicais para celebrar a ocasião.
Em cena, a festa fica por conta de artistas como Hiago Danadinho, Léo Santana, Bell Marques e Denny Dennan, que se apresentam no Campo da Pronaica, a partir das 19h.
“Estou ansioso para reencontrar o público, sentir a energia de perto. Será um show voltado para prestigiar esse lugar mágico chamado Salvador. Não deixarei de cantar os clássicos que definem esse lugar que aprendo a chamar de meu, já que sou de Camaçari”, disse Denny Dennan.
Além dos clássicos, o cantor vai apresentar músicas que farão parte do novo CD, com lançamento previsto para esse ano. “O público pode esperar muito carinho, amor e gratidão por tudo que essa cidade significa para mim”, disse.
Barra - Ainda na sexta-feira, o Farol da Barra, tradicional cartão-postal de Salvador, recebe o "Concerto Internacional Salvador 470 anos", com a apresentação de nove artistas, a partir das 19h. O espetáculo contará com a presença dos portugueses António Zambujo e Ana Moura, do angolano Paulo Flores e dos baianos Saulo, Daniela Mercury, Márcia Short, Carla Cristina, Márcia Freire e Magary Lord.
Novos Baianos - Já no sábado (30), o dia será para relembrar os clássicos do Novos Baianos, com o show “Um Abraço, Salvador”, de Paulinho Boca de Cantor e seus convidados Moraes Moreira e Márcio Mello. O evento é gratuito e acontece a partir das 18h, no Largo da Mariquita, no Rio Vermelho.
Já os moradores de Periperi vão comemorar o aniversário de Salvador na Praça da Revolução, com Bell Marques e Solange Almeida, a partir das 18h.
Ivete - No domingo (31), a cantora Ivete Sangalo comanda a festa, do alto de seu trio elétrico, ao lado de atrações como Filhos de Gandhy, Muzenza, Cortejo Afro e Malê Debalê, na Barra. A folia está programada para começar a partir das 15h, no trajeto que parte do Clube Espanhol ao Farol da Barra.
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