Como parte da programação do Festival da Primavera, a IV Festa de San Gennaro realizou uma folia gastronômica no Rio Vermelho, neste sábado (23). Treze barracas com alguns dos melhores restaurantes italianos da cidade ofereceram pratos saborosos a preços acessíveis, atraindo uma multidão de baianos e turistas que foi prestigiar o evento, ocorrido nas ruas Professora Almerinda Dultra e Borges dos Reis.
Além de culinária, a atividade contou com várias apresentações musicais para o público de todas as idades. A garotada brincou e dançou ao som do espetáculo “Brincaderê”, do grupo Corrupio, enquanto jovens e adultos curtiram diversos shows programados para o dia, como os de Bruna Barreto, Ana Barroso, Mário Soares com participação especial do maestro Carlos Prazeres, Sonora Amaralina, Cortejo Afro e Lazzo, e do DJ Roger' 'n' Roll.
A administradora Aline Câmara, 50 anos, tirou a tarde para curtir a programação especial montada no bairro mais boêmio da capital baiana. “É o segundo ano que venho para a Festa de San Gennaro. Está tão boa quanto a do ano passado”, avaliou.
Um dos comerciantes do evento, William Freitas, dono do restaurante Alfredo’Rô, também ficou admirado com as comemorações promovidas nesta edição. “Somos precursores de restaurantes italianos aqui em Salvador e estamos pelo segundo ano consecutivo aqui na feira. Mais uma vez está um sucesso de vendas, de elogios. A culinária italiana é muito bem aceita aqui na cidade”, disse.
Tradição - Tradicional nas cidades de Nápoles, Nova Iorque e São Paulo, a Festa de San Gennaro já caiu no gosto dos soteropolitanos. Por aqui, ela chegou de forma pioneira em 2018 pelas mãos do chef Celso Vieira e da sua sócia Valeska Calazans, ganhando os contornos das festas de largo.
“San Gennaro certamente está contente. É uma excelente oportunidade para que nós, restaurantes, possamos celebrar juntos, oferecendo ao público uma ótima e variada comida, boa música e, sem dúvida, momentos incríveis” destacou o chef Celso Vieira, curador gastronômico do evento.
Os restaurantes participantes foram: o Pasta em Casa, Alfredo'Ro, Bella Napoli, Cantina Buoni Amici, Bottino Ristorante Italiano, Casa Chálabi, Crema Gelato Italiano, Cremonini Ristorante, Di Liana, Isola Cucina Italiana, La Lupa, Pepo e Segreto Ristorantino.
Com quatro edições em Salvador, as comemorações a San Gennaro integram o calendário cultural promovido pela Prefeitura através do Festival da Primavera. “Virou meio que uma tradição lembrar de San Gennaro aqui no Rio Vermelho todos os anos, assim como ocorre com Iemanjá”, observou o ator Marcelo Praddo, que mais uma vez encenou o bispo italiano durante as celebrações.
História - San Gennaro foi um bispo de Benevento, perseguido e decapitado pelo Império Romano, tornando-se santo e mártir da Igreja Católica. Uma mulher teria coletado um pouco do seu sangue, que estaria conservado, até hoje, em um relicário na Catedral de Nápoles. Um suposto milagre de liquefação deste sangue é celebrado com grande pompa e esplendor em 19 de setembro pelas ruas da cidade, com espaço garantido para o melhor da gastronomia local.
A partir da próxima terça-feira (19), os museus da Prefeitura de Salvador, sob a coordenação da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult), terão uma programação direcionada à 9ª edição do Festival da Primavera. A lista das atrações segue até o dia 24 de setembro, reunindo exposições de arte africana, passeio no jardim, batalhas musicais, oficinas de artes visuais, entre outras atividades de lazer para os turistas e baianos.
A entrada dos equipamentos nos dias de quarta-feira é gratuita. Nos demais dias da semana, os ingressos custam entre R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), das 10h às 18h, com entrada permitida até 17h.
Cidade da Música - O equipamento situado na Praça Cayru, no Comércio, recebe na próxima terça-feira (19), a partir das 15h, o evento “Batalha de Rap/Trap, memórias de democracia”. A atração será realizada até o dia 23. Já na próxima quarta (20), às 16h, ocorre uma apresentação musical com o tema “Música Ancestral da Bahia”. A atração se repete até o dia 24 de setembro.
No próximo sábado (23), às 14h, acontece uma batalha de dublagem em homenagem à comunidade LGBT.
Casa do Carnaval - No museu da capital que conta as origens do maior carnaval do planeta, localizado na Praça Ramos de Queiroz, Pelourinho, acontece na próxima quarta (20) e sexta-feira (22), às 15h, uma aula de dança denominada de “Vogue”.
Na próxima quinta-feira (21), às 15h, terá uma atividade de karaokê com uma playlist dos blocos afros de Salvador para os visitantes cantarem e se divertirem. Já no próximo domingo (24), às 15h, será realizada uma oficina de pintura corporal.
Espaço Pierre Verger e Fotografia Baiana - No espaço situado no Forte de São Diogo, Porto da Barra, na próxima quarta-feira (20), a partir das 16h, vai acontecer um bate-papo com o cineasta Antônio Olavo, denominado “Fatos e fotos”, sobre o filme “Quilombolas da Bahia, a resistência negra do nosso estado”. Já no próximo sábado (23), às 15h, será exibido o filme “Quilombos da Bahia”. No próximo domingo (24), das 14h às 16h, ocorrerá uma oficina de confecção de adereços indígenas.
Casa do Rio Vermelho - No acervo histórico da cidade, localizado na Rua Alagoinhas, 33, que leva o nome por ter sido a moradia de Zélia Gattai e Jorge Amado, será realizado na próxima terça-feira (19), das 14h às 17h, uma exposição chamada de “Personagens Vivos Gabriela e Nacib".
No mesmo dia, até o dia 24 deste mês, das 10h às 18h, ocorre a exposição temporária “Arte que veio da África” e uma visita sobre o tema “Memórias de Democracia”. Já na próxima quarta-feira (20), às 16h, terá uma atividade gastronômica chamada de “Panc no prato e resistência no prato”.
No próximo sábado (23), das 10h30 às 15h, acontece um passeio no jardim dos orixás sobre a obra literária de Jorge Amado, chamada de “Diálogos Amadianos Identidade e Resistência Afro-brasileirana”.
Casa do Benin - No equipamento localizado no Pelourinho, será realizada na próxima quinta-feira (21), a partir das 14h30, uma oficina de artes visuais com a temática “Chamamento Imagético / Lia Krucken”. Já no próximo sábado (23), às 17h, terá a oficina de lambe-lambe “Brincando de Colar Tempo”. A entrada é gratuita, mas por ordem de chegada, com no máximo 25 vagas. Já na próxima quarta-feira (20) e na sexta (22), a partir das 14h, acontecerá a oficina de “Encruzilhadas Dissidentes”.
A partir desta sexta-feira (15), os equipamentos culturais da Fundação Gregório de Mattos (FGM) terão uma programação voltada para a 9ª edição do Festival da Primavera. A agenda vai até o dia 30 de setembro reunindo oficinas de teatro, festival literário, shows musicais, exposições de fotografia, artes visuais, entre outras atividades culturais e de lazer.
No Espaço Boca de Brasa Cajazeiras, na Avenida Engenheiro Raymundo Carlos Nery, ocorre nesta sexta-feira (15), a partir das 14h, uma atividade de leitura com autores infantis com o tema “Festival Literário da Escola Tio Eraldo”, reunindo histórias de Monteiro Lobato e outros autores brasileiros. A entrada é gratuita.
Acontece também nesta sexta (15), às 19h, no Teatro Gregório de Mattos, equipamento localizado na Praça Castro Alves, o show de exposição de “François Muleka em Cerebelare”, evento de estreia do multiartista François Muleka na capital baiana. Os ingressos custam entre R$40 (inteira) e R$20 (meia).
Também no teatro, será realizado no próximo domingo (17), às 17h, o show do artista baiano Weslei em homenagem aos 40 anos do disco “Cores, Nomes” do cantor e compositor Caetano Veloso, lançado em 1982. Os ingressam custam entre R$30 (inteira) e R$15 (meia). Para realizar a compra do bilhete, é necessário acessar o site do Sympla.
“A criação desse show é um reflexo da influência de Gilberto Gil e Caetano Veloso na minha música. Ao longo de suas vidas artísticas, eles passaram por inúmeras fases, trouxeram novas propostas, sonoridades e bandas”, afirma Weslei.
Demais programações - Na Casa do Benin, equipamento situado no Pelourinho, será realizada na próxima quinta-feira (21), a partir das 14h30, uma oficina de artes visuais com a temática “Chamamento Imagético / Lia Krucken”. Já no próximo sábado (23), às 17h, terá a oficina de “Lambe-Lambe: Brincando de Colar Tempo”. A entrada é gratuita, mas por ordem de chegada, com no máximo 25 vagas.
Já na próxima quarta-feira (20) e na sexta (22), também na Casa do Benin, a partir das 14h, acontecerá a oficina de “Encruzilhadas Dissidentes”. No próximo sábado (23), às 18h, terá o lançamento do livro “Roda de Prosa na Periferia”, do Cacique Juvenal Payayá, e a exposição de fotografia da história dos ialorixás da região de Cajazeiras e adjacências, com o fotógrafo Alberto Lima.
E no dia 30 de setembro, a partir das 15h, o Espaço Boca de Brasa Subúrbio 360 receberá o espetáculo teatral “Vamos dar a meia volta”. A peça é composta por 16 jovens do coletivo cênico, que abordará o tema sobre à violência sexual.
Evento que já virou tradição no calendário da banda Jammil e Uma Noites, o ‘Vamos Ver o Pôr do Sol’ retornou à Ponta de Humaitá, na Cidade Baixa, no final de tarde deste domingo (10). O show fechou a programação do primeiro final de semana da 9ª edição do Festival da Primavera, organizado pela Prefeitura de Salvador, que teve a sua abertura no sábado, no mesmo local, com o espetáculo Samba Djanira, da cantora Illy.
A banda Jammil, comandada pelo novo vocalista Rafael Barreto, trouxe no seu repertório diversos clássicos, como ‘Praieiro’, que se misturaram às canções recém-lançadas no EP ‘Uma História de Sucesso - Parte 3’, que contém cinco releituras feitas pela nova formação. O show começou com uma sequência de hits, como ‘Ê Saudade’, entoados em alto e bom som pela multidão que acompanhou o show não só do largo de Humaitá, mas também das lanchas que estavam ancoradas no mar.
Rafael Barreto destacou que o projeto é algo que já faz parte da história dele no Jammil e de Salvador. “Pra gente isso aqui é muito ‘massa’, esse lugar tem uma magia incrível! Sou daqui de Salvador, mas fazer esse pôr do sol pra essa galera, no lugar onde eles se sentem em casa, é uma lotação certa. Já me sinto parte desse contexto, pois fico ansioso quando falam que vai ter show em Humaitá. É de uma energia incrível. É uma delícia estar aqui novamente. A gente sobe no palco fazendo música, com amor, com alegria”, disse.
O show teve a participação especial de Jeremias Gomes, filho do cantor baiano de reggae Edson Gomes, que relembrou hits do pai, a exemplo de ‘Malandrinha’ e ‘Árvore’.
O presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Isaac Edington, exaltou a beleza do pôr do sol de Humaitá. “Esse evento é uma tradição dos fãs de axé, e a Ponta de Humaitá é um dos lugares mais emblemáticos de Salvador. Não tinha outra forma de começar o Festival da Primavera senão com um show do Jammil aqui, com um pôr do sol que é o mais bonito do Brasil. Teremos muita coisa boa até o início de outubro na cidade”, disse.
A arquiteta Luciene Gomes, de 46 anos, mora na Graça e veio com as amigas ver o pôr do sol. “Nem sabia do show, por incrível que pareça. Primeira vez que venho e achei ótimo, super tranquilo. Acho que eventos assim são necessários. Estou curtindo muito”, disse.
O publicitário Paulo Cesar Reis, 28 anos, saiu do bairro de São Rafael e veio curtir com os amigos. “Vim conhecer a Ponta de Humaitá e aproveitamos que ia ter o show do Jammil para unir o útil ao agradável. Achei muito lindo, me senti seguro e o lugar bem organizado. Estão de parabéns”, elogiou.
A programação da 9ª edição do Festival da Primavera traz mais de 50 atrações musicais, desde o rock até o pagode baiano; exposições em seis museus; reabertura do Espaço Cultural da Barroquinha; além de feiras de gastronomia e o ciclo de debates sobre o audiovisual SalCine Conecta. A agenda completa de atrações pode ser conferida, em detalhes, no site do evento: www.festivaldaprimavera.salvador.ba.gov.br.
Além do show de Illy na Ponta de Humaitá no sábado, o Festival da Primavera trouxe na manhã deste domingo a apresentação da banda Mudei de Nome, dando uma volta no Parque dos Ventos, na orla da Boca do Rio, com o tradicional pranchão.
Reportagem: Ana Virgínia Vilalva / Secom PMS
A Prefeitura de Salvador divulgou nesta quinta-feira (31), Dia Internacional dos Afrodescendentes, o Novembro Salvador Capital Afro, um inédito calendário de eventos com o apoio da gestão municipal que se estenderá por todo o penúltimo mês do ano. O foco da programação é exaltar a ancestralidade negra da capital baiana, que ecoa não só em suas diversas expressões culturais, artísticas e religiosas, mas, sobretudo, na história e vivência de sua população.
O prefeito, Bruno Reis, e o secretário de Cultura e Turismo (Secult) de Salvador, Pedro Tourinho, fizeram a apresentação da programação no Cine Glauber Rocha, ao lado de dirigentes e produtores culturais da capital baiana e de representantes de entidades como Ilê Aiyê, Muzenza, Cortejo Afro, Malê Debalê, Didá, Olodum e afoxé Filhos de Gandhy.
O Novembro Salvador Capital Afro terá festivais de música e de cultura negra, como o Afropunk e o Candyall e Tal, e de cinema negro, como o Fianb (Festival Internacional de Audiovisual Negro do Brasil), trazendo atrações nacionais e internacionais. Também terá o lançamento do projeto Rolês Afro, pacote de roteiros turísticos que será lançado pela Prefeitura de Salvador focado no patrimônio afrodiaspórico da capital baiana.
Além disso, apresentações de afoxés e blocos Afro, com o inédito Desfile Mundo Negro; um seminário reunindo entidades de samba da cidade, além da tradicional Caminhada do Samba; desfiles de moda, como o Afro Fashion Day; e festivais de empreendedorismo e inovação negra, como o Salvador Capital Afro, o Scream Festival, o Liberatum e o Festival de Afrofuturismo Vale do Dendê.
Bruno Reis afirmou que a Prefeitura dará uma dimensão muito maior ao mês de novembro como forma de valorizar e enaltecer a cultura africana na capital baiana. “Estamos fazendo um mês com essas atividades, que envolvem toda a comunidade negra da nossa cidade e que vão desde festivais, inclusive com festival internacional, com apresentações musicais de arte, de dança, vão com exposições com inauguração de equipamentos importantes, como Muncab, com empreendedorismo, com tecnologia, inovação, com uma série de ações que vão fazer com que Salvador seja projetada ainda mais no Brasil e no mundo”, disse.
O prefeito ressaltou que a programação vai projetar ainda mais Salvador no cenário nacional e internacional. “Nós queremos fazer uma segunda alta estação na nossa cidade, valorizando e enaltecendo um dos principais ativos que nós temos que é a nossa negritude, fortalecendo o afroturismo, convidando milhares de pessoas do Brasil e do mundo que possam vir aqui para ter essa imersão na cultura afro, que, fora da África, só nós podemos oferecer isso. Então é mais um diferencial que a nossa cidade tem e que em nenhum momento foi tão reconhecido e passou a ser uma estratégia de promoção”, acrescentou.
Como destacou Pedro Tourinho, titular da Secult, a intensa programação visa estabelecer novembro como mais uma temporada essencial para se estar na capital baiana. “Vamos fazer deste mês um novo período de alta estação em Salvador, com base 100% no afroturismo, fazendo assim da nossa cidade o principal destino do mundo da cultura negra diaspórica. Literalmente, Salvador Capital Afro”, disse.
A secretária municipal de Reparação (Semur), Ivete Sacramento, disse que, muito além de um fomento ao afroturismo, o calendário traz dignidade a quem mantém a cultura negra na cidade. “Devo dizer que a gente está vivendo hoje um momento de verdadeira reparação para área cultural e para quem vive de cultura negra em Salvador. Esse é um momento especial, porque a Prefeitura entrega um dos seus principais compromissos quando assinou o Estatuto da Igualdade Racial de Salvador: que é reconhecer, valorizar e dar fomento às instituições de cultura negra dessa cidade. Isso é devolver à comunidade o que ela nos dá, algo que só existe em poucas cidades do Brasil, e Salvador é uma delas”, afirmou.
Muncab – Também como parte da programação do Novembro Salvador Capital Afro, no dia 6 ocorrerá a reabertura do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab). Em junho deste ano, a Prefeitura fechou parceria com a instituição, viabilizando R$ 15 milhões para a compra de acervo e execução de obras pendentes para finalizar o espaço de exibições. Localizado em dois prédios no Centro Histórico, onde funcionou o antigo Tesouro do Estado da Bahia, o museu é um dos maiores da América Latina sobre a cultura afrodiaspórica.
“A parte do Muncab que a gente vai aprontar para novembro já está em obras, o primeiro pavilhão será inaugurado com uma exposição de grande sucesso no Brasil inteiro, que é Um Defeito de Cor. Uma exposição que está no Museu de Arte do Rio de Janeiro. A gente conseguiu trazer para cá mais de 400 obras, que contam a história do povo negro no Brasil”, disse Pedro Tourinho.
“A gente quer demarcar, neste mês de novembro, que é um marco na luta pelos direitos da população negra, o potencial de impacto econômico do afroturismo e das manifestações artísticas negras na economia da cidade. Vamos dar o recado e fazer entender que o afroturismo é um caminho sem volta, que se comunica a partir de diferentes dimensões: a simbólica, a econômica e a social”, afirmou Maylla Pita, diretora de cultura da Secult.
Série – Durante a solenidade de lançamento do Novembro Salvador Capital Afro, foi exibida no Cine Glauber Rocha a série Afros e Afoxés: A Revolução do Tambor. A produção conta com imagens do Carnaval de 2023 e de arquivo, além de representantes de entidades Afro e de afoxés da capital baiana, abordando a importância das agremiações para a preservação da cultura afro-brasileira.
A obra foi idealizada pelo Salvador Capital Afro e veiculada pelo canal Trace Brasil, composta por sete episódios de cinco minutos. Os três primeiros episódios foram lançados na última sexta-feira (25), no canal do YouTube do SCA e na Trace Brasil. Nos dias 1º e 9 de setembro serão exibidos os episódios do Muzenza e Filhos de Gandhy e Olodum e Malê Debalê, respectivamente.
Confira a programação:
3 a 5 de novembro – Liberatum
Festival internacional humanitário que já passou por 13 países, incluindo Reino Unido, Índia, México, Estados Unidos, Filipinas, Turquia e agora desembarca no Brasil. Vai reunir em Salvador lideranças negras do mundo das artes, tecnologias e negócios.
7 de novembro – Seminário Nacional do Samba
Iniciativa da Unesamba, que reúne nove blocos de samba de Salvador, e que discutirá a cadeia produtiva do samba e o potencial de geração de empregos e de renda na economia da cidade e do país. Evento será no Centro Histórico.
10 e 11 de novembro – Candyall e Tal
Projeto realizado anualmente no bairro do Candeal, realizado pelo projeto Pracatum, que ocupa a localidade com apresentações musicais, oficinas de percussão, entre outras demonstrações culturais.
18 e 19 de novembro – Festival Afropunk
Maior festival de cultura negra do mundo, ocorrerá novamente em Salvador e homenageará Alcione. O evento reunirá artistas de música negra, como Iza, BaianaSystem, Majur, Olodum, O Kannalha, entre outros.
20 de novembro – Caminhada da Liberdade
Organizado pelo Fórum das Entidades Negras da Bahia, a tradicional caminhada ocorre todos os anos no Dia Nacional da Consciência Negra, exaltando a importância da luta das pessoas negras e terá o apoio da Prefeitura de Salvador.
20 e 21 de novembro – Festival Afrofuturismo Vale do Dendê
Festival realizado pela incubadora de startups baiana Vale do Dendê, vai reunir especialistas negros em tecnologia e inovação de todo o Brasil, para compartilhar as suas experiências com a comunidade jovem de Salvador.
21 a 25 de novembro – Festival Internacional do Audiovisual Negro do Brasil
Maior festival de cinema negro do país, o evento vai trazer convidados internacionais para compartilharem a sua vivência na cadeia produtiva do audiovisual com os produtores da capital baiana.
22 a 24 de novembro – Festival Salvador Capital Afro
Festival de empreendedorismo, de negócios, de música e de economia criativa focado no público negro, que é realizado com o apoio da Prefeitura de Salvador.
24 a 26 de novembro – Expo Carnaval
Exposição para falar sobre a cadeia produtiva e econômica do Carnaval, neste ano será focado na cultura negra de Salvador, reunindo artistas, dirigentes culturais, produtores e outras personalidades da área.
25 de novembro – Afro Fashion Day
Desfile de moda abraçando estilistas negros, focado na promoção da autoestima da população negra de Salvador.
25 de novembro – Desfile Mundo Negro
Projeto inédito da Prefeitura de Salvador, será um desfile de blocos Afro e de afoxé que vai ocupar as ruas do Pelourinho e do Centro da cidade, tal qual ocorre no Carnaval.
25 de novembro – Dia Nacional da Baiana de Acarajé
Data para celebrar e debater melhorias para esse ofício, tão importante para a cultura baiana, com homenagens e distribuição de kits com tabuleiro, ombrelone e outros materiais.
26 de novembro – Caminhada do Samba
O tradicional evento dos blocos de samba, que se apresentam no final de novembro, será incorporado ao calendário do Novembro Salvador Capital Afro.
30 de novembro – Scream Festival
Festival de inovação e criatividade que ocorre tradicionalmente na cidade, desta vez terá também um enfoque no público negro e nas suas potencialidades.
Reportagem: Thiago Souza e Vitor Villar / Secom PMS
A partir desta sexta-feira, dia 25 de agosto, estão abertas as inscrições para o edital Salvador Cidade Patrimônio. A iniciativa faz parte das Ações de Fomento 2023 lançadas recentemente pela Prefeitura de Salvador, por meio da Fundação Gregório de Mattos, abrangendo sete editais voltados para diversas linguagens e atividades artísticas, com um investimento total de R$ 50 milhões.
Dentro do calendário das Ações de Fomento, estão previstos investimentos de R$ 23,4 milhões de recursos federais e R$ 26,4 milhões provenientes do município. Dentre os quatro editais com recursos da União, pela Lei Paulo Gustavo e suplementação da Prefeitura de Salvador, encontra-se o Salvador Cidade Patrimônio.
O objetivo do edital Salvador Cidade Patrimônio é fortalecer os terreiros patrimonializados da cidade e apoiar projetos de salvaguarda de patrimônios imateriais. Para isso, serão destinados R$ 2 milhões de investimento total. O edital estabelece condições e exigências para a apresentação, seleção, execução, monitoramento, avaliação e prestação de contas de propostas oriundas exclusivamente de instituições de direito privado sem fins lucrativos.
Serão selecionados 02 (dois) Macroprojetos de fortalecimento institucional e premiação para Patrimônio Material e Imaterial, divididos da seguinte maneira:
• 01 Macroprojeto de fortalecimento de Terreiros Patrimonializados localizados em Salvador:
Atividades Formativas de Educação e Gestão Patrimonial voltadas para Terreiros
Elaboração de planos de Preservação e/ou Salvaguarda
Publicação de Livro/ Catálogo sobre Terreiros Patrimonializados
Seleção e premiação de 10 Terreiros Patrimonializados – R$ 40.000,00 cada
Realização de evento para premiação e lançamento da publicação
• 01 Macroprojeto de salvaguarda de Patrimônios Imaterial com ocorrência em Salvador
Atividades Formativas de Educação e Gestão Patrimonial voltadas a detentores
Elaboração/Revisão de planos Salvaguarda
Publicação de Livro/Catálogo sobre Patrimônios Imateriais da Cidade
Seleção e premiação de 30 Detentores de Patrimônios Imateriais - R$ 15.000 cada
Realização de evento para premiação e lançamento da publicação
Chicco Assis, Diretor de Patrimônio e Equipamentos Culturais da Fundação Gregório de Mattos (FGM), explicou que o edital contemplará "a preservação de patrimônios culturais, incluindo terreiros de candomblé tombados e a Pedra de Xangô, bem como bens imateriais reconhecidos pelas instâncias federal, estadual ou municipal".
Para mais informações e inscrições acesse https://fgm.salvador.ba.gov.br/salvador-cidade-patrimonio/
A Festa em celebração a Santa Dulce dos Pobres foi encerrada neste domingo (13) com procissão, missa campal e apresentações musicais no Largo de Roma, na Cidade Baixa. A programação dos festejos em homenagem à primeira santa brasileira ocorreu em parceria entre as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) e a Prefeitura de Salvador.
No último dia da programação, que começou em 1º de agosto, uma missa campal presidida pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, cardeal Dom Sergio da Rocha, foi realizada no local. Logo após, foi realizada a Procissão Luminosa, quando a Imagem de Santa Dulce foi conduzida pelos fiéis pelo Caminho da Fé, com ida até a Igreja do Bonfim e retorno para o Santuário Santa Dulce.
Presente no evento, a vice-prefeita de Salvador Ana Paula Matos destacou que o momento é de celebração, e de renovação da fé, mas também de fomento ao turismo. “Hoje é o dia do nosso anjo bom da Bahia e do Brasil, Santa Dulce é sinônimo de amor e humildade. Momento de fortalecer a fé da nossa cidade. Foi lindo ver que nem a chuva afastou os devotos, soteropolitanos e turistas do Largo de Roma. Ter a primeira santa brasileira é motivo de orgulho e inspiração, e também uma oportunidade para atrairmos romeiros e fiéis de todo o Brasil e do mundo. As ações em parceria com a nossa gestão municipal impulsionam o turismo religioso na primeira capital do Brasil”, afirmou.
A Praça Irmã Dulce também foi palco para apresentações musicais. Uma das atrações foi o Padre Antônio Maria, intérprete de músicas católicas e autor de Amor sem Palavras, canção que exalta a grandeza espiritual do “Anjo Azul dos Alagados”. As celebrações ainda contaram com um show do sanfoneiro cearense Waldonys, Embaixador de Santa Dulce, que preparou um repertório animado, que inclui Doce Luz, de Chico Gomes e Léo Passos, tema da Canonização de Irmã Dulce.
“Participar de qualquer evento que envolva Santa Dulce para mim é muito especial e gratificante. Tenho um carinho e gratidão imensa a Santa Dulce pelas graças alcançadas. Fico lisonjeado, honrado e feliz por participar de qualquer evento que seja em nome de Santa Dulce”, disse, antes da apresentação.
Ao longo dos 13 dias de festejos em homenagem a Santa Dulce, foram realizadas diversas ações, como shows, missas, procissões, carreatas, serviços nos campos da saúde e jurídico, peça teatral, exibição de filmes e inaugurações. Entre as atividades oferecidas estavam peças teatrais, exibição de filmes sobre a primeira santa brasileira, além de atrações musicais e quermesse.
Em comemoração ao aniversário de Jorge Amado, que completaria 111 anos nesta quinta-feira (10), a Casa do Rio Vermelho recebeu o escritor baiano Itamar Vieira Júnior para um bate-papo sobre “Salvar o Fogo”, seu novo livro. Aberto ao público, o evento reuniu cerca de 70 pessoas, que também assistiram ao pocket-show “Letra & Canção”, do poeta José Maurício Bittencourt e do músico Betão Wilson, que encerrou as homenagens a Jorge.
O autor de “Torto Arado” tem uma relação especial com Jorge Amado e com a Casa do Rio Vermelho, local o qual ele considera que aconteceu seu “batismo” enquanto escritor. “Ainda adolescente eu vim aqui para pegar um autógrafo e tive a oportunidade de conhecer Jorge e Zélia. Acho que foi a primeira vez que eu disse a alguém que queria escrever e recebi incentivo, brinco que foi meu batismo enquanto escritor”, declarou.
O bate-papo foi guiado pela neta de Jorge, Maria João Amado, coordenadora do Memorial. Na conversa com Itamar, ela relembrou momentos vividos com seus avós e compartilhou histórias da Casa. Maria João conta que o convite a Itamar veio justamente da relação do escritor com o espaço e a família. “Itamar é um querido, está sempre aqui pela Casa, sempre disponível. Então, trazer quem tá despontando de uma forma tão brilhante quanto ele, é uma forma de celebrar Jorge. Para mim, isso só engrandece a festa e a comemoração”, destacou.
Sobre “Salvar o fogo”, Itamar reforça que é um livro sobre as raízes dos seus antepassados, no Recôncavo da Bahia. “É uma história que eu tenho uma relação muito especial, porque se passa no Recôncavo, tendo o Rio Paraguaçu como paisagem. A partir de personagens de hoje, de pessoas como nós, o romance chega a uma história que é muito mais antiga, mas que ainda é muito presente no nosso no nosso dia a dia”, concluiu.
Em mais uma edição, o projeto Casa Kaê Erê, da Fundação Gregório de Mattos (FGM), leva o universo da literatura de matriz africana com a linguagem infantil para a Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô). Este ano, a atração está sediada no Museu Afro-brasileiro da Universidade Federal da Bahia (Mafro/Ufba), até este sábado (12).
Nesta sexta-feira (11), quando é celebrado o Dia do Estudante, o espaço foi visitado por alunos da Escola Municipal Eugênia Anna dos Santos, que funciona no Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá e era liderado pela homenageada da Flipelô deste ano, a escritora e ialorixá Mãe Stella de Oxóssi.
Na ocasião, a literatura foi trabalhada com os pequenos pelo artista João Lima, que apresentou o personagem Palhaço das Letras para a criançada. Ele também convidou os presentes a conhecer dois jogos africanos, Yoté e Sichima, de estratégia e tabuleiro que desafiam os jogadores a pensarem cuidadosamente em suas jogadas para obter a vitória. Os jogos têm importância cultural e histórica nas regiões africanas em que são jogados.
O aluno Caio Alves dos Santos, de dez anos, se divertiu com as histórias do palhaço, mas afirmou que também pode aprender um pouco mais sobre a cultura afro. “Eu gostei muito do palhaço e das brincadeiras. Mas a música também me chamou atenção. Algumas coisas que ele falou eu aprendi na escola, mas teve muita novidade, como os jogos”, destacou.
Para a vice-diretora da unidade escolar, Rejane Barbosa Santana, as vivências que as crianças tiveram na Casa Kaê Erê serão sempre lembradas por eles. “Uma experiência riquíssima e única. Esse contato das crianças com toda essa gama cultural relacionada às questões afrobrasileiras vai marcar muito a vida das crianças. Tivemos muitos sorrisos e foi muito prazeroso tanto para os alunos quanto para os professores”, contou a professora.
Oficina – A Casa Kaê Erê também promoveu uma oficina prática de confecção das bonecas Abayomi, um tipo de brinquedo feito com retalhos de tecido de diferentes cores e decorado com fitas, miçangas e outros objetos. A peça é uma forma de ensino sobre as culturas africanas através da brincadeira e reuniu, pela manhã, alunos das escolas municipais Hildete Lomanto (Garcia) e Giselia Palma (Liberdade).
“Trazer a história da boneca Abayomi é uma oportunidade de falar sobre ancestralidade de uma forma divertida, fazendo com que as crianças conheçam o contexto da história brincando, se divertindo e influenciando-as a preservar memórias de todas as pessoas que fazem e fizeram parte da sua história de vida, resgatando a cultura africana e dando a devida valorização e importância para essa cultura”, explicou a gerente de Biblioteca e Promoção da Leitura da FGM, Jane Palma.
A estudante Lorena Rocha, de 15 anos, foi uma das visitantes que participou da oficina. Ela revelou estar encantada com o museu e com as Abayomi. “Eu nunca tinha ouvido uma história como essa que é tão linda e ao mesmo tempo tão marcante. Adorei participar da oficina, ela mostra a importância de conhecer a nossa história, de onde a gente veio e nos ensina a valorizar tudo isso. Também estou encantada com as obras e quadros aqui do museu, é um espaço muito lindo que eu adorei conhecer”, contou a adolescente.
Outras atividades – Neste sábado (12) a programação especial da Casa terá continuidade às 10h, com o espetáculo “A História da Pedra de Xangô”. Seu enredo retrata de forma simbólica e espiritual o processo de relação desse patrimônio material com diversos terreiros de candomblé da região de Cajazeiras. Para fechar a programação com muita alegria, às 15h, o Samba do Respeito com Ana Cacimba se apresenta o objetivo de ensinar, de maneira lúdica, a importância do respeito à diversidade cultural, religiosa e racial.
Além destas atividades haverá o último dia de distribuição de livros variados em duas edições: às 10h e às 15h. Até o momento 650 obras já foram ofertadas gratuitamente aos soteropolitanos.
Jane Palma explicou ainda como a Casa Kaê Erê agrega conhecimento e vivências para as crianças de Salvador. “Essas crianças podem ver de forma lúdica o universo da literatura de matriz africana. Essa atividade é importante porque estamos reunindo o fomento a leitura, criatividade e a educação quando trazemos para este espaço estudantes”, finalizou.
Reportagem: Joice Pinho e Letícia Silva/Secom PMS
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