Faltando pouco para o cortejo cívico, as ruas de Salvador já estão recebendo a decoração especial para o bicentenário da Independência do Brasil na Bahia, celebrado no próximo domingo (2). A decoração está sendo realizada pela Prefeitura de Salvador, através da Fundação Gregório de Mattos (FGM), seguindo o tema dos festejos este ano: “Salve nossa terra, Salve o Caboclo”.
Elementos como galhardetes, resplendores, torres temáticas, fitilhos e arcos darão vida à história da data magna da Bahia em diversas localidades, como a Lapinha, Praça Castro Alves, Praça Municipal e o Campo Grande. Todo material decorativo foi produzido no ateliê do artista plástico e responsável pela decoração da celebração, Ray Viana.
O artista revela que a inspiração surgiu, principalmente, pelo bicentenário da independência. Para ele, o 2 de julho é uma data marcante para todo o Brasil. “A primeira inspiração foi de poder retratar nossa história durante esse tempo todo. O segundo mote inspiratório forte é a história do nosso povo baiano, principalmente os nossos antepassados que fizeram parte da luta”, declara.
Vianna ainda reforça que a cada ano as decorações são construídas com base no tema especial de celebração da data. “Podemos ver o poder da arte através das reações de cada pessoa que vai para as ruas e vê os elementos decorativos. A arte faz a pessoa refletir, pensar, ter uma conexão e de se emocionar. Cada ano é reforçado através das decorações o valor importante do 2 de Julho”, completa.
Animação – O vendedor André Gonçalves, de 31 anos, disse ter gostado bastante da decoração. Ele conta que já está no clima para o desfile cívico deste domingo. “Todo ano o circuito fica bastante decorado e ornamentado. Está ficado lindo demais”.
Morador da região há 52 anos, Ari Silva, de 65 anos, ressalta a importância da ornamentação para o desfile. “Cada detalhe decorado representa muito sobre a história da nossa independência. Ter em cada rua e esquina um elemento nos faz voltar ao tempo e relembrar a história de luta dos nossos antepassados”.
Comerciante ambulante do Largo da Lapinha, Jucilene dos Santos, de 45 anos, reforça que a decoração valoriza os elementos culturais do evento cívico. “Por ser 200 anos, tem que caprichar ainda mais. Sempre acompanho os preparativos e os desfiles. Está bonito demais, isso valoriza a história do nosso povo”, disse.
Reportagem: Valmir Soares/Secom
O Distrito Cultural do Centro Histórico e Comércio foi lançado há dois meses como uma iniciativa da Prefeitura de Salvador, gerida pela Secretaria de Cultura e Turismo (Secult), para dar à região uma atenção especial e já apresenta resultados positivos para artistas, moradores e trabalhadores. De lá pra cá, a cena cultural e turística do Distrito, que engloba as regiões da Gamboa, Comércio, Barroquinha, Pelourinho e Santo Antônio Além do Carmo, recebeu avanços consideráveis, como o apoio ao Balé Folclórico da Bahia, companhia de dança tradicional e contemporânea da Bahia, e a realização do São João do Centro Histórico.
Funcionando como uma zona administrativa de cultura, turismo, assistência social, zeladoria e ordenamento público, o Distrito, que tem uma Prefeitura-Bairro exclusiva, consegue ter uma gestão mais localizada e atenta às necessidades individuais da região. Para o secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, em dois meses, o saldo é positivo. “Começamos com o pé direito na construção dessa nova realidade que é o Distrito Cultural do Centro Histórico de Salvador. Já conseguimos fazer ações com resultados extremamente práticos e positivos, o que demonstra que estamos no caminho certo”, destacou.
Para a garçonete do restaurante Cantina da Lua Miriam Rodrigues, 42 anos, a realização do São João no Centro Histórico de Salvador também é motivo de comemoração. “Eu amo São João, poderia ser todos os dias. É lindo vir trabalhar, ver essa decoração linda e ainda conseguir curtir um pouquinho da programação. Deu para fazer um programa com a família, trouxe meus dois filhos para curtir”, afirmou.
Durante os 25 dias de festa no São João o Centro Histórico, a ênfase foi fortalecer os comerciantes e artistas da região, além de promover atividades familiares, com espaços para lazer infantil, como o “Terreiro das Brincadeiras” e diversas atrações musicais no entorno do Pelourinho e Santo Antônio Além do Carmo.
Segurança - A pintora corporal Bárbara Jackson, 29, mora e trabalha no Pelourinho. No início do mês ela participou da capacitação realizada por meio do projeto Sou Salvador, parceria da Secult com as secretarias municipais de Ordem Pública (Semop) e de Desenvolvimento, Emprego e Renda (Semdec). Para ela, o reforço na segurança impacta diretamente na expressão cultural, que é o seu trabalho. “Os turistas, que são os maiores públicos da pintura corporal, ficam mais à vontade quando veem as viaturas e os guardas municipais. A criação do Distrito tem melhorado a segurança do Pelourinho e o nosso trabalho”, destacou.
Desde a criação do Distrito Cultural, no dia 27 de abril, a segurança na região foi impactada positivamente. A transferência da diretoria-geral da Guarda Civil Municipal (GCM) para o Centro Histórico e o aumento de mais de 100 agentes na região, além das 10 unidades de módulos e de viaturas da Guarda, que atuam junto ao Grupamento de Apoio ao Turista (GAT), refletem no bem-estar dos comerciantes, moradores e turistas.
O apoio inédito ao Balé Folclórico tem permitido a realização de apresentações três vezes na semana, nas segundas, quartas e sextas no Teatro Miguel Santana, no Pelourinho. O diretor-geral do Balé, Vavá Botelho, conta que o patrocínio veio “em um momento muito importante” e necessário para o Balé Folclórico da Bahia. “Vamos poder dar continuidade aos nossos projetos artísticos, culturais e sociais, principalmente, como as oficinas de dança gratuitas e projetos como o Balé Júnior”. Mais de 200 trabalhadores ligados ao Balé, dentre bailarinos, músicos e produtores culturais têm sido impactados com a iniciativa.
Dentre as ações previstas para serem impulsionadas pelo Distrito, o calendário turístico de Salvador e a programação cultural anual estão em sua fase final de elaboração. O projeto do DC do Centro Histórico e Comércio foi feito em meio a diálogos com comerciantes, ambulantes e lideranças das regiões, como a Associação do Centro Histórico Empreendedor (Ache), a fim de estabelecer metas comuns. As ações do Distrito também envolvem a mobilidade. O horário de funcionamento do Elevador Lacerda foi ampliado, passando a funcionar de domingo a quarta-feira, até as 22h, e de quinta a sábado, até 0h.
Texto: Ascom/Secult Salvador
O Festival Samba Junino, realizado neste domingo (25), reuniu cerca de 10 mil pessoas no Dique do Tororó e encerrou os festejos oficiais de São João da Prefeitura de Salvador, com apresentações de diversos grupos de samba duro, além do show de Tatau, que teve participações de Ninha e Bambam. As comemorações iniciaram por volta das 15h, com o cortejo dos grupos de samba junino que seguiu do viaduto Romulo Almeida, na Avenida Vasco da Gama, até o palco, no Dique do Tororó. O show de Tatau começou no início da noite, logo após o fim do desfile, e agitou o público com um repertório especial de samba duro e sambas especiais juninos.
Manifestação cultural tradicional, o samba junino nasceu em Salvador há pelo menos 40 anos, durante as festas de caboclo em terreiros de candomblé de bairros como Engenho Velho de Brotas, Garcia, Tororó, Engenho Velho da Federação. Cerca de 60 grupos de samba junino receberam apoio da Prefeitura para o festival. Os grupos desfilaram ao som de atabaques e agogôs, entoando músicas tradicionais de samba duro.
A realização do evento faz parte do plano de Salvaguarda do Samba Junino, registrado como Patrimônio Cultural Imaterial de Salvador pela Fundação Gregório de Mattos (FGM) em 2018. Para o secretário de Cultura e Turismo de Salvador (Secult), Pedro Tourinho, o samba junino deverá mudar a história do São João de Salvador.
"É um dia muito feliz para a gente, encerrando o São João de Salvador apoiando esse movimento tão importante, que é o samba junino. Vamos colocar ainda mais lenha nessa fogueira porque é uma das grandes manifestações da cultura de Salvador. É um samba de comunidade que acontece no período junino e também no ano inteiro. Tenho a certeza que nos próximos anos vai ser ainda muito maior e estamos apostando muito nisso”, afirmou.
O cantor Tatau, que no começo da carreira participou do grupo “Samba Scorpions”, destacou que o festival representa um novo momento na história do samba duro. “O show de hoje é um momento de conexão. A gente trouxe a história e a tradição para a galera. Promover uma conexão entre público jovem, que tem chegado cada vez mais, e o samba junino”, afirmou.
Já o cantor Ninha pontuou que o mais importante é retornar para um dos lugares onde tudo começou, o Dique do Tororó. “Estamos no lugar onde tudo nasceu, onde eu me criei, e ver esse evento acontecendo no dia 25, no São João, com essa quantidade de gente, só mostra a força das comunidades, que são responsáveis por dar vida ao samba junino”, disse.
Sambista há 37 anos, Edilson Bonfim, 50, conhecido como “Chuchu”, é vocalista e instrumentista do grupo “Toca Ae”, do bairro do Lobato. Pra ele, ter desfilado com seu grupo no festival, hoje, é uma honra muito grande. “Eu estou envolvido com samba junino há muito tempo, mas esse evento de hoje nos dá uma dimensão que não tínhamos antes, era mais restrita. O sentimento de hoje é de crescimento, abertura de caminhos”, destacou.
Somonair Costa Katendê, 40 anos, samba desde pequena. Rainha do grupo “Samba que dá e deixa”, do Engenho Velho de Brotas, fez o cortejo inteiro dançando em cima do minitrio e não parou nem quando chegou no fim. “Estou aqui representando tudo que meu pai, Mestre Moa do Katendê, me ensinou, dançando o samba junino e as danças afro. Isso aqui faz parte da minha vida, é uma trajetória que venho trilhando desde criança. E terminar o desfile aqui, no Dique, é uma coisa muito linda, uma luz”, afirmou.
Texto: Ascom/Secult Salvador
A manhã desta quinta-feira (22) foi especial para 35 pintores corporais que trabalham em Salvador. Durante evento realizado no Casarão XVII, no Centro Histórico, eles receberam certificados da capacitação promovida pelo Sou Salvador, além de kits de trabalho com crachá, colete de identificação, pincéis e tinta atóxica.
A entrega contou com a presença dos titulares das secretarias municipais de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Semdec), Mila Paes; Cultura e Turismo (Secult), Pedro Tourinho; e de Articulação Comunitária e Prefeituras-Bairro (SACPB), Luciano Sandes, além do subprefeito do Centro Histórico, Humberto Sturaro, e representantes da sociedade civil.
A pintora Cláudia Guimarães, de 50 anos, mora em Brotas e há nove anos trabalha com pintura. Para ela, receber o kit e o apoio da gestão municipal é muito importante. “Hoje, mais uma vez, expresso minha gratidão pela oportunidade e por essa organização da Prefeitura. Já são nove anos neste trabalho. Além de pintar no Centro Histórico, eu também faço trabalho com a Timbalada e é muito satisfatório”.
Morador do Centro Histórico, Wesley de Jesus, de 22 anos, trabalha com a pintura desde 2010. Ele conta que essa é a sua primeira capacitação. “É uma arte que eu dependo, vivo e mantenho a minha vida com ela. É um dos melhores dias da minha vida. Hoje me sinto de fato profissional, com colete, identificação, então estou feliz demais”.
Valorização – A secretária da Semdec, Mila Paes, salientou que a iniciativa é uma valorização deste trabalho realizado na capital baiana e que, muitas vezes, é a vitrine da cidade para os turistas e visitantes do Centro Histórico. “O programa Sou Salvador tem esse intuito de valorizar os empreendedores e os profissionais informais que atuam na cidade. Para nós, é um orgulho iniciar essa nova fase com os profissionais já trabalhando com dignidade, união e força, para fazer do Centro Histórico um local relevante, importante e de qualidade, com um atendimento que ele merece”.
O titular da Secult, Pedro Tourinho, afirmou que a pintura tribal surgiu organicamente com o grupo Timbalada e é algo que já se tornou símbolo da cultura soteropolitana. “Hoje a Prefeitura abraça esses artistas, colocando-os como profissionais. Oferecemos suporte, capacitação, formação e material de trabalho para que a gente consiga potencializar essa comunicação, esse símbolo como força da cidade e das pessoas que amam Salvador”.
O secretário da Semop, Luciano Ribeiro, também falou sobre a entrega como uma importante ação de ordenamento do comércio no Centro Histórico. “Estamos padronizando esses pintores, entregando fardamento e orientando sobre a importância dessa atividade cultural no Pelourinho. São ações que promovem uma melhoria na qualidade do atendimento aos nossos turistas”.
Capacitação – O curso de capacitação, realizado no início de junho, na Associação Pracatum, no Candeal, foi resultado da parceria entre as Semdec, Semop e Secult. Durante a capacitação, os pintores assistiram a uma palestra sobre tratamento aos turistas, hospitalidade e precificação, e também participaram de uma oficina de pintura corporal.
Reportagem: Ana Virgínia Vilalva/Secom
A tarde desta quarta-feira (21) foi de casamento na roça e de muita quadrilha no Abrigo Dom Pedro II, em Piatã. Bem animados e vestidos à caráter, os noivos entraram no salão para dar início à dançaria e à festividade. Maria da Conceição Farias, 90 anos, usou um vestido branco com detalhes rosa, meia branca, luva delicada e buquê de flores nas mãos, coroa de flores na cabeça e maquiagem. Também vestido de branco e usando uma gravata com detalhes rosa, o noivo Severino Pedro Pereira, de 70 anos, não conteve a animação.
O casamento e a dança dos noivos foram o ponto de partida para a apresentação da quadrilha, animada por um tecladista e por uma funcionária da casa ao microfone. Os pares se arriscaram no cumprimento recíproco, na paquera, no passo do serrote, do túnel, do caracol, do passeio na roça, da passagem pela ponte, pela cobra e sob a chuva.
No salão, bandeirolas, paçocas enfeitadas, chapéus de palha e toalhas quadriculadas davam o toque festivo e traziam o clima de interior para o local. A festa contou ainda com comidas típicas enfeitando a mesa principal do salão, como canjica, amendoim, laranja e bolos diversos.
“Está sendo maravilhoso. Ontem teve a Banda da Guarda e bastante bolo. Eu estou me divertindo muito”, contou a idosa e uma das participantes da quadrilha, Lúcia Maria da Conceição, de 81 anos.
“Está sendo uma farra e eles estão gostando muito. Eles gostam de todas essas atividades comemorativas, pois saem da rotina. Ontem mesmo eles assistiram à apresentação da Banda da Guarda Municipal e ficaram bem animados, hoje é o forró e o casamento e eles amam. As comemorações são importantes, pois melhoram a autoestima deles, eles têm o prazer de se arrumar e socializam tanto com os internos como com os visitantes”, conta a subgerente do Dom Pedro II, Maria Augusta Silva.
Estímulo à convivência – A equipe do Dom Pedro II sempre promove festas e atividades recreativas em datas e períodos como Carnaval, Dia dos Avós, Dia das Mães, Dia dos Pais, São João, aniversário do abrigo (julho), Primavera, Semana Internacional do Idoso, Natal e Réveillon. Em janeiro, os idosos foram para um hotel fazenda e frequentemente eles recebem grupos para a realização de atividades no local.
Ex-funcionária do abrigo, a assistente social do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) de Itapagipe Ana Valéria Souza, de 52 anos, faz questão de participar das datas comemorativas da instituição. “A minha relação com eles é muito mais sentimental. Eu trabalhei muitos anos aqui e vejo que a equipe tem essa preocupação de proporcionar para os idosos esse momento de alegria, sempre inserindo na comunidade. Hoje eles vestiram roupas combinando, participaram da quadrilha. É muito importante, pois eles se sentem pertencentes, ativos e atentos. Estimula o cognitivo, a alegria e a convivência”, opinou.
Administração – Situado no bairro de Piatã, o Abrigo Dom Pedro II é gerido pela Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), e este ano completa 136 anos. O local conta com 55 idosos que recebem cuidados de uma equipe multiprofissional formada por médicos, psicólogos, assistentes sociais, cuidadores, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e técnicos de enfermagem, entre outros.
Reportagem: Priscila Machado/Secom
A programação especial de São João da Prefeitura vai encerrar em grande estilo neste domingo (25) com a realização do Festival Samba Junino, no Dique do Tororó. A atividade terá início a partir das 15h, com o cortejo de dezenas de grupos tradicionais de samba junino e show de Tatau, com participações de Ninha e Reinaldo. O cortejo dos grupos de samba junino vai começar no viaduto Rômulo Almeida e seguir a Avenida Vasco da Gama, até o palco, localizado em frente à portaria da Arena Fonte Nova, no Dique do Tororó. A concentração está marcada para às 14h.
O festival vai celebrar o movimento cultural genuinamente baiano que nasceu há mais de 40 anos em festas de terreiros de candomblé de bairros como Engenho Velho de Brotas, Fazenda Garcia, Tororó e Federação. Dentre os grupos desfilará o Samba Duro de Terreiro, do Uruguai, que é um dos maiores em atividade na capital baiana. Ao som de cantigas e batuques de samba duro, cerca de 30 grupos vão desfilar no mesmo estilo dos tradicionais arrastões nos bairros.
Para o presidente da Saltur, Isaac Edington, o Festival encerra as comemorações do São João em grande estilo. “Foi um pedido especial do prefeito fazer um grande encerramento da nossa programação junina. Estamos agora em fase final de ajustes desse momento e garanto que vai ter tudo que pede o nosso São João, com tradição, música, beleza e comemoração”, destacou.
O secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, afirma que o samba junino é um movimento comunitário que tende a crescer ainda mais nos próximos. “O Samba Junino é patrimônio cultural de Salvador, uma celebração particular de cada bairro, cada grupo e comunidade, uma grande potência de nossa cidade que se reunirá no dia 25 para que todos possam ver, participar e se divertir", declarou.
O cantor Tatau, que no início da carreira fez parte do grupo “Samba Scorpions”, declara ter uma relação muito especial com o samba duro. “É um movimento que ajudei a difundir aqui e tenho músicas que foram uma das primeiras a reverberar para o grande público em relação ao ritmo, a exemplo de ‘Quero Ser Seu Namorado’. Então é uma satisfação esse convite e eu garanto que vamos entregar ao público um show que leva a tradição, a cultura e o profissionalismo. Estou ansioso e pronto para interagir com o público que já gosta de samba duro e também atrair os jovens para participar desse momento e multiplicar um ritmo e um estilo musical que é muito importante pra nossa cultura”, afirmou o cantor.
Para o produtor cultural e presidente da Liga de Samba Junino da capital, Wagner Shrek, a festa vai garantir não apenas entretenimento para os cidadãos, mas também visibilidade para o movimento que é forte nas periferias e possui também impacto social. Os grupos possuem um calendário fixo de apresentações que inicia no período da Semana Santa e segue até o São João, além de desenvolver atividades pontuais em outras festividades.
“É um movimento ancestral, da cultura do povo preto e que está tendo o reconhecimento como patrimônio. Estamos avançando e salvaguardando essa cultura que não se restringe à música. Os grupos estão ligados a atividades culturais e sociais com iniciação de crianças e jovens na música. Além disso, as apresentações, que são sempre realizadas nas ruas, também fomentam a economia das comunidades”, reforçou.
Samba Junino - O samba junino é derivado do samba de caboclo e tem suas matrizes rítmicas vinculadas às evoluções do tambor. Com o passar do tempo, diversos bairros de Salvador se tornaram expoentes do movimento cultural, como Liberdade, Nordeste de Amaralina, Santa Cruz, Vale das Pedrinhas, Alto das Pombas, Cajazeiras, Águas Claras e Canabrava. Símbolo de resistência, o samba junino deu origem ao pagode baiano que emplacou diversos sucessos nacionais na década de 90, com grupos como Gera Samba, Terra Samba e Companhia do Pagode. Por ser uma manifestação genuinamente soteropolitana, foi reconhecido, em 2018, como Patrimônio Cultural Imaterial de Salvador, pela Fundação Gregório de Mattos (FGM).
O movimento surgiu em torno das casas de candomblé de Salvador, no bojo da religiosidade popular, presente nos terreiros e em muitas festividades de matriz africana nas festas de caboclo, iniciando suas manifestações nas queimas de Judas e encerrando no Dois de Julho, inclusive na sequência das rezas direcionadas aos santos juninos – Santo Antônio, São João e São Pedro.
Representa, então, uma expressão cultural genuinamente soteropolitana, marcado pela rítmica do samba duro, disseminada há pelo menos 40 anos em diversos bairros de Salvador. Serviu como base para o surgimento de estilos musicais contemporâneos como o pagode baiano, projetando muitos artistas conhecidos do grande público como Tatau, Reinaldo, Ninha e Márcio Victor.
Após meses de dedicação e empenho, os alunos do Espaço Boca de Brasa Cajazeiras realizam nesta terça-feira (20), às 19h, o espetáculo ‘Oxe! É Arraiá”. A apresentação, que acontece no próprio local, situado no Mercado Municipal do bairro, em Cajazeiras X, é aberta ao público e é resultante das oficinas de canto, dança, figurino, sonorização e iluminação da Jornada Criativa do espaço, iniciada em abril.
Com muito talento e criatividade, os participantes mostrarão muita dança, canto, música e demais manifestações artísticas, mostrando todo potencial criativo que reside na região. A Jornada Criativa é uma realização da Mil Produções Artísticas e do Boca de Brasa, em parceria com a Prefeitura de Salvador e a Fundação Gregório de Mattos (FGM).
Aluna da Jornada, Sofia Ferreira, de 19 anos, contou que, após uma lesão, substituiu a dança pelo canto e se transformou. “Quando as aulas começaram, eu me apaixonei pela música. Aprendi o propósito de cada aquecimento, cada exercício e a importância de cada música. Saio da Jornada Criativa renovada, com grandes expectativas de retomar meu contato com a arte. Foi um processo delicioso, e eu recomendo a todos que se permitam experimentar. É um grande ganho para mim e para toda a comunidade de Cajazeiras ter esse projeto”, relatou.
Sofia ainda explanou sobre a importância da atuação da FGM em regiões periféricas. “Cajazeiras, assim como outros bairros da periferia, é um potencial centro de arte. Infelizmente, nossos artistas são poucos reconhecidos, em geral por não terem a oportunidade de demonstrar seu talento. A Fundação Gregório de Matos tem sido uma importante ferramenta para nós, gerando oportunidades e público para esses artistas através do Espaço Boca de Brasa e da Jornada Criativa”, finalizou.
Com a chegada do período das festas juninas, os baianos mantêm a tradição das fogueiras e fogos de artifício. No entanto, infelizmente, também há um aumento de ocorrências nos casos de queimaduras nos hospitais da capital baiana. O médico e gerente executivo do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Ivan Paiva, alerta que o primeiro objetivo é informar a população sobre como se prevenir para evitar acidentes.
Dentre as dicas estão não segurar ou reacender os fogos, evitar pular a fogueira, evitar acender fogos próximo a bebidas alcoólicas ou realizar brincadeiras arriscadas que possam causar danos físicos. Segundo Paiva, as áreas do corpo mais afetadas são os olhos, comprometendo gravemente a visão ou provocando, nos casos mais graves, a cegueira; e as mãos, pois os fogos podem explodir e provocar cicatrizes ou até o amputamento do membro superior.
O médico ressalta ainda que o cidadão deve ter muita atenção nas compras dos fogos de artifício, verificando se o produto possui o selo de qualidade do Inmetro. “A população deve comprar fogos de qualidade, de procedência conhecida, normalmente de empresas certificadas, para garantir uma certa tranquilidade. Os fogos de artifício de fabricação caseira trazem maiores riscos aos cidadãos”, declara Paiva.
Outro cuidado também deve ser adotado com relação aos casos de queimaduras. “Muitas pessoas costumam colocar pasta de dente ou manteiga para cicatrizar a lesão, mas isso é um mito. O procedimento recomendado por especialistas é lavar o local da queimadura com água e sabão, se for um caso leve, ou procurar um atendimento em um hospital ou unidade médica próxima da região, nos casos mais graves.
O médico orienta ainda sobre os cuidados com a inalação de fumaça, que podem danificar o sistema respiratório devido ao monóxido de carbono, substância tóxica que agrava ainda mais a saúde do paciente, principalmente quem possui quadros clínicos como rinite e sinusite.
O que fazer – Em situações de queimadura de 1° grau, por ser uma lesão leve que apresenta camadas superficiais na pele apresentando vermelhidão, inchaço e sem formação de bolhas, o tratamento pode ser feito em casa, lavando com água e sabão neutro ou procurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Em casos graves, em que há formação de bolhas no corpo, ardência, ou queimaduras a partir de 30% do corpo, é necessário ligar para a central de atendimento do Samu, pelo telefone 192, com funcionamento 24h.
Uma tarde com muita alegria em forma de música. Assim foi a tarde desta segunda-feira (19) para os usuários do Centro de Acolhimento à Pessoa com Deficiência (CAPD) João Paulo II, vinculado às Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), no Bonfim, que recebeu a apresentação da Banda da Guarda Civil Municipal (GCM). Dentre as canções entoadas pela banda estavam “Asa Branca”, “O xote das meninas” e “Esperando na janela”.
Integrante da banda, o guarda municipal Leandro Magalhães ressaltou que a iniciativa é mais uma forma de aproximar a GCM da sociedade. “Além do lado operacional, a GCM também possui o lado de prevenção. Entendemos a importância de trabalhar com os projetos sociais e levar a música como elemento de promoção da paz para a população. É emocionante demais para todos nós estar aqui e proporcionar alegria e bem-estar para essas pessoas”.
Há 15 anos na instituição, o guarda municipal e maestro da banda, Hamilton Santos, reforça que o objetivo das apresentações é levar a música como um instrumento de prevenção à violência. “Através das canções, conseguimos influenciar crianças, idosos e demais grupos sociais. Em cada apresentação deixamos uma interligação entre instituição, população e família”, disse.
Bastante feliz, a líder da unidade, Laura Queirós, parabenizou a iniciativa e agradeceu a parceria que a GCM realiza por anos com a unidade. “Após o início da apresentação, percebemos a leveza das músicas como uma terapia para nossos pacientes, que ficam mais tranquilos. Além disso, precisamos inserir essas pessoas socialmente para que sintam também o clima das celebrações dos festejos juninos”, disse.
Reportagem: Valmir Soares/Secom
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